Credores declaram oposição aos novos termos do plano de recuperação da Oi

O grupo de bondholders ligado à Orascom, do empresário egípcio Naguib Sawiris, e assessorado financeiramente pela Moelis & Company, anunciou nesta sexta-feira, 24, oposição veemente às novas condições do plano de recuperação judicial da Oi apresentadas na última quarta-feira. O comitê diretivo do grupo afirmou que os novos termos, assim como a proposta apresentada em setembro, "deixam de tratar os credores de forma justa e equitativa, enquanto promovem os interesses de seus atuais acionistas, em detrimento de todas as outras partes interessadas".

Os credores reclamam ainda que os novos termos não foram previamente negociados com nenhum dos grupos de bondholders, e se dizem "extremamente desapontados" novamente com a exclusão nas discussões. Os bondholders alegam que o conselho e a administração da Oi "continuam a ignorar os melhores interesses do grupo Oi, na medida em que, entre outros, deixam de propor planos que possam angariar o apoio de seus credores". No mesmo comunicado, a FTI Consulting, assessor financeiro do grupo de agências de crédito à exportação, agências e bancos (excluindo o China Development Bank) Grupo FTI, alegou que "também entende que os termos proposto são inaceitáveis e demasiadamente favoráveis aos acionistas atuais".

Segundo os grupos de bondholders e o FTI, a dívida somada da Oi com eles é de mais de US$ 6 bilhões. Essa quantia está dividida entre mais de US$ 2,2 bilhões dos bondholders emitidos pelos veículos financeiros da companhia na Holanda (Oi Brasil Holdings Coöperatief e Portugal Telecom Finance) e outros; mais de US$ 3 bilhões de bonds do grupo ad hoc; e mais US$ 950 milhões em créditos com o Grupo FTI.

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Na quinta-feira, 23, o presidente da Oi, Marco Schroeder, considerou os novos termos para o plano de recuperação da companhia como uma "flexibilização" para trazer harmonia entre acionistas e credores de vários tipos. Os ajustes incluem antecipação de carências e novas condições para permitir troca de dívida por participação de até 38% (com 25% na largada) no capital. Schroeder sinalizou ainda que considera a nova proposta melhor do que a apresentada pelo grupo da Moelis. Esses credores enviaram na terça-feira, 21, petição junto ao Juízo da recuperação judicial solicitando uma audiência de conciliação com a Oi para discutir as discordâncias em pontos "relevantes e controversos" do plano original da companhia.

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