Vésper lança 1xEV-DO com restrições, enquanto aguarda o 1,9 GHz

A Vésper lançou nesta segunda, 24, o Giro, serviço de acesso de banda larga wireless em CDMA2000/1xEV-DO, de terceira geração (3G), com cobertura restrita por enquanto aos bairros da região metropolitana de São Paulo. Por conta da indefinição quanto à liberação da faixa 1,9 GHz para suas licenças de Serviço Móvel Pessoal (SMP), a empresa coloca o serviço à disposição para instalação imediata apenas aos seus assinantes atuais, sem cobrar mensalidade, pelo menos para os primeiros 30 dias. Os demais interessados, por enquanto, só poderão se cadastrar e aguardar o atendimento.
Com investimento de US$ 20 milhões para sua implantação inicial, o Giro é oferecido, nesta etapa de lançamento, para aplicações fixas, por meio de um modem wireless de mesa conectável pelo próprio cliente ao seu microcomputador. Inicialmente, o acesso será de 300 kbps, mas a tecnologia, segundo a Qualcomm, pode oferecer velocidades de até 2,4 Mbps. O plano da Vésper, se obtiver licença para operar SMP em 1,9 GHz, será de estender nas próximas etapas de comercialização, o acesso para notebooks, com o fornecimento de cartões PMCIA, e para handsets. Indicado para usuários corporativos (pequenas e médias empresas) e residenciais, o Giro oferece aplicações como acesso rápido à Internet e videoconferências, entre outras.

Medo de descontinuidade

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A Vésper não fez o lançamento do 1xEV-DO em escala comercial plena por conta do temor de sua controladora, a Qualcomm, de que o serviço venha a ser descontinuado, caso a operadora não obtenha da Anatel o direito de operar suas licenças de SMP em caráter secundário na faixa de 1,9 GHz. Isto porque, como dono da patente da tecnologia, o fornecedor teme um prejuízo à imagem do produto. Segundo Kaufmann, a Vésper, sem a telefonia móvel, não teria condições econômicas não só de manter seu serviço de 3G como também de adquirir competitividade para enfrentar as incumbents de suas áreas de autorização de telefonia fixa (I e III).
Com 500 mil clientes, a Vésper ainda não conseguiu sair do vermelho e continua a depender do aporte contínuo de recursos de seus acionistas (de cerca de R$ 10 milhões a R$ 15 milhões por mês) para sobreviver, diz Kaufmann.
O presidente da Vésper, mais uma vez, defendeu a liberação da faixa pela Anatel, afirmando que seu uso foi assegurado à empresa pela Anatel quando da elaboração da Resolução 314, destinada a limpar a faixa de 1,9 GHz para a 3G. Na ocasião, observa o executivo, a agência confirmou que a empresa poderia oferecer a telefonia móvel no mesmo trecho do espectro de radiofreqüências que utiliza para a telefonia fixa como uma compensação em relação aos gastos que a empresa terá para mudar de posição com suas licenças de telefonia fixa (do meio para as bordas da faixa de 1,9 GHz). A empresa calcula um gasto de R$ 100 milhões para atender à exigência.
Kaufmann também observou ser possível a operação do SMP em caráter secundário (que por definição dispensa margem de proteção no espectro e dá prioridade para usuários em caráter primário), sem prejuízo à continuidade do serviço. Segundo ele, a tecnologia CDMA comportaria sem problemas os assinantes móveis e fixos da empresa na faixa de 10 MHz que lhe foi reservada em 1,9 GHz.

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