Reino Unido quer tirar Rússia do Swift; EUA não vê espaço para o bloqueio à rede

Primeiro Ministro britânico Boris Johnson e presidente norte-americano Joe Biden em Cornwall, Reino Unido.

[Publicado originalmente no Mobile Time] O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, sugeriu uma série de sanções à Rússia nesta quinta-feira, 24, após a invasão das tropas do Kremlin na Ucrânia. Entre a lista de dez ações que Downing Street tomou contra o governo do presidente Vladmir Putin está um plano de trabalho junto aos aliados para cortar o acesso da Rússia à rede financeira Swift, algo que pode encontrar barreira nos Estados Unidos.

"Sei que essa casa tem grande interesse no nosso potencial de cortar a Rússia fora do Swift e eu posso confirmar – como sempre disse – não está fora de discussão. Mas para todas as sanções terem sucesso é vital a nossa união e de nossos parceiros, no G7 e outros fóruns", disse o premiê em pronunciamento ao Parlamento Britânico.

O Swift é uma rede global interbancária para transações. Baseada na Bélgica, seu sistema permite enviar e receber dinheiro por mensageria. De acordo com o seu site, a plataforma tem 11 mil instituições e presença em mais de 200 países. Quem regula o Swift são os banco centrais de Estados Unidos, Japão e Europa.

Notícias relacionadas

Estados Unidos

Por sua vez, o presidente norte-americano, Joe Biden, falou em transmissão da Casa Branca que conversou com os líderes do G7 e decidiu que limitará os russos a fazerem transações em dólares, euros, libras, ienes, ou seja, limitará a capacidade de participação do governo invasor na economia mundial. Questionado durante a coletiva sobre o Swift, o mandatário dos EUA afirmou:

"As sanções que estamos propondo são para os bancos que têm consequência similar ou até maior que o Swift. É sempre uma opção, mas, ainda não é uma posição que o resto da Europa deseja tomar", disse. "As sanções que colocamos excedem o Swift. Excedem tudo que fizemos. Dois terços do mundo se uniram a nós (nessas sanções). São ações profundas. Teremos uma conversa em um mês ou dois para ver se funcionam", completou.

Outro tema notado pelos jornalistas em Washington foi de que Biden não citou a China e o yuan entre os países e moedas do G7 que apoiaram sanções mais duras contra Rússia. Quando perguntado, Biden disse que "não estava preparado para comentar sobre o tema no momento".

Em seus discursos, Johnson e Biden enfatizaram que as ações já começaram a ser sentidas pelos oligarcas russos e suas empresas que cresceram e se sustentam na administração Putin, uma vez que as ações de empresas caíram 45% nesta quinta-feira e perderam US$ 250 bilhões em valor de mercado. O banco Sberbank caiu 45% e a petrolífera Gazpom, 39%.

Cibersegurança

Biden ainda deu um recado sobre um eventual ataque cibernético russo às estruturas dos EUA: "Se eles atacarem ciberneticamente nossas companhias e a nossa estrutura, nós vamos responder. Nós trabalhamos bem próximo do setor privado nos últimos meses para proteger as nossas defesas digitais e afiar as nossas respostas contra os ciberataques russos", afirmou.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!