O plano industrial da Telecom Italia (controladora da TIM) apresentado junto ao balanço operacional de 2020 da empresa projetou o Brasil como principal motor do crescimento do grupo neste triênio.
Entre 2021 e 2023, a empresa prevê estabilidade ou alta de no máximo um dígito único para as receitas e Ebitda da operação global. A situação é distinta quando analisada apenas a operação brasileira: caso a absorção de ativos da Oi Móvel ocorra com sucesso, a Telecom Italia espera alta de dígito único alto na receita e de dois dígitos no Ebitda. Para tal, a empresa já está preparando investimentos adicionais no País.
Resultados
De forma geral, a Telecom Italia fechou 2020 com receita total de 15,805 bilhões de euros, em queda de 12,1%. Apenas no quarto trimestre, a baixa ficou em 8,9%, para 4,148 bilhões de euros.
Também houve recuo no Ebitda: de 17,3% no ano (para 6,739 bilhões de euros) e de 1,9% no quarto trimestre (para 1,621 bilhão). A notícia positiva foi o lucro de 7,3 bilhões de euros durante o acumulado do ano: neste caso, houve impulso positivo após realinhamento tributário realizado pelo governo italiano. A medida liberou 5,9 bilhões de euros ao balanço da empresa.
A Telecom Italia também comemorou os resultados de transformação realizada ao longo dos últimos dois anos. Entre os destaques estão parcerias com a Vodafone (na empresa de torres Inwit), com o Google Cloud e a criação da subsidiária de data centers Noovle.
A criação de uma rede fixa nacional na Itália ao lado do governo do país também foi citada. Segundo o CEO da companhia, Luigi Gubitosi, a mudança no comando político italiano (com a entrada de Mario Draghi como primeiro-ministro) não implica em alteração da estratégia. Além do projeto de redes neutras, a empresa também acredita em recuperação da economia na Itália ao longo de 2021, inclusive a partir de estímulo financeiro fornecido pela União Europeia.