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Tecnologia TDD em 3,5 GHz traz desafios de sincronização, alerta Claro

A previsão do leilão de 5G com a faixa de 3,5 GHz traz um desafio adicional que vem sendo alertado pelas operadoras: a necessidade de sincronização entre as prestadoras. Diferente dos últimos certames em FDD, a licença do espectro será leiloada para uso na duplexação dividida por tempo (TDD), o que significa que os canais transmitem ou recebem de forma alternada. Isso traz uma complexidade adicional de coordenação de uso da faixa com outras operadoras. 

“Nunca houve um edital de TDD. É um aspecto técnico com o qual [a Anatel] se precisa ter muito cuidado nessa avaliação de coordenação técnica para dentro do edital e possibilidade de convivência”, declara a diretora regulatória da Claro, Monique Barros. 

Ela considera que a convivência é “muito importante e tem desafios técnicos”, sendo um dos elementos mais relevantes na análise de uso da faixa de 3,5 GHz. Isso pode trazer impacto no uso eficiente de espectro em operações regionais, ou mesmo para o mercado secundário. 

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Lembre-se que a Anatel estuda atualmente disponibilizar um bloco regional na faixa para as prestadoras de pequeno porte. O temor das grandes operadoras é que a fragmentação intensa possa trazer problemas de sincronia. Da mesma forma, há preocupações com regiões de fronteira. A Claro é contra a composição de cinco blocos de 80 MHz para a faixa de 3,5 GHz também por conta deste motivo.

Futuro conjunto

Sem essa coordenação, seria necessário estabelecer limites de distanciamento entre estações radiobase de dezenas de quilômetros, argumenta o spectrum policy manager da GSMA, Luiz Felippe Zoghbi. A adoção do TDD, pelo menos nessa escala, seria uma “novidade” no mercado brasileiro. E por isso, há uma questão de planejamento de “futuro conjunto” a ser levado em consideração.

“Não é tão simples dividir em regiões, especialmente no Brasil. Todos [os prestadores] precisam estar no mesmo momento do ‘relógio’. Se não estiverem todos no mesmo movimento, o cronograma e estrutura de frame, a gente não consegue”, declara.

2,5 GHz

Apesar do que argumentam a Claro e a GSMA, o Brasil já tem operação em TDD, embora em muito menor escala. Sky (AT&T) e On Telecom (antiga Sunrise) utilizaram essa tecnologia para basicamente disponibilizar acesso fixo-móvel (FWA, na sigla em inglês) em LTE na faixa de 2,5 GHz, com licença de serviço de comunicação multimídia (SCM). Além disso, a Anatel disponibilizou no leilão de sobras da mesma frequência com porções em banda U (TDD) adquiridas por provedores regionais.

Em setembro deste ano, a Sky detinha 217,6 mil acessos nessa tecnologia. Já a On Telecom anunciou encerramento das operações em 2017, deixando de contabilizar os acessos em TD-LTE em março daquele ano com 31 mil contratos. As PPPs deixaram de contabilizar os acessos em junho deste ano.

1 COMENTÁRIO

  1. Concordo em que a tecnologia TDD em 3,5 GHz traz desafios de sincronização. No entanto, considero infundado o “temor das grandes operadoras é que a fragmentação intensa possa trazer problemas de sincronia”. Se tal problema existisse, as redes de 5G não funcionariam na Europa, pois lá o espectro em 3,5 GHz está fragmentado e desalinhado entre múltiplos países, com inúmeras zonas conurbadas. Nesse mesmo sentido, os Estados Unidos não estariam fracionando a faixa de 3,5 GHz em quase 6 mil áreas de prestação.
    Explicando melhor, o sincronismo não é um problema e sim uma solução. As estações e terminais de cada operadora têm de estar sincronizados entre si. Aí residem a complexidade técnica e os custos. Porém, não há como fugir deles. A sincronização entre redes de diversas operadoras é apenas procedural: devem utilizar a mesma trama e uma única referência de tempo. Isso é algo muito simples. Veja-se, por exemplo, o Anexo 1 do documento que trata do sincronismo da faixa de 3,5 GHz na França: https://www.arcep.fr/uploads/tx_gsavis/19-0862.pdf

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