Está em estudo dentro da ABTU, a associação brasileira de TVs universitárias, a proposta de criação de um canal universitário nacional unificado, para ocupar o espaço previsto pela Lei 12.485 para este canal nos line-ups das operadoras de DTH.
A proposta será discutida na assembleia da associação que acontece esta semana em Fortaleza, dentro do Congresso Brasileiro de TVs Universitárias.
No congresso foi apresentado o case do canal colombiano Zoom, que tem 42 universidades afiliadas. O gerente geral do canal, Germán Perez, conta que o Zoom tem distribuição nacional via parabólica (pelo satélite SES 6) e operações de cabo, e produz mil horas anuais de conteúdos originais. O Zoom tem hoje quatro séries documentais e dois documentários em coprodução, inclusive com canais internacionais.
O modelo do Zoom é sustentável. As universidades afiliadas contribuem com US$ 15 mil de taxa de inscrição e US$ 6 mil anuais de manutenção. O Zoom criou um cluster de produção e presta serviços de produção e transmissão de TV para empresas e até outras emissoras, além de participar de editais e projetos públicos.
Ocupação
A TV universitária brasileira vem encontrando dificuldade em garantir seus espaços de exibição. No caso da TV aberta, preocupa o processo de switch-off analógico, previsto para os próximos anos, pois as TVs não têm fôlego para digitalizar o sinal e em muitos casos não conseguiram canal no espectro digital. Temem ser prejudicadas caso a faixa dos 700 MHz seja destinada finalmente às operadoras móveis para o serviço de Internet em 4G.
Uma saída seria a montagem do Canal da Educação, previsto pelo decreto da TV digital, mas segundo dirigentes da ABTU o MEC não quer passar às TVs universitárias esta janela, e ao mesmo tempo não cria o canal, que até hoje não saiu do papel.
Na TV por assinatura elas têm distribuição garantida no cabo, através dos Canais Universitários locais, mas não conseguem ocupar o canal dedicado a elas no DTH, justamente pela falta de um sinal nacional único.