Para quem apresentou um prejuízo de R$ 549,649 milhões no terceiro trimestre (182% maior do que as perdas de igual período do ano passado), até que a Embratel não se deu mal com o mercado. Suas ações preferenciais subiram nesta quarta-feira, 23, nada menos que 6,11%, cotadas no fechamento do pregão da Bolsa de Valores de São Paulo a R$ 2,43.
O resultado da carrier foi novamente prejudicado pelo efeito da alta do dólar na sua dívida, que é apenas parcialmente protegida por hedge cambial. Fora isso, entre julho e setembro deste ano a receita recuou 1,8% em relação a igual período do ano passado e atingiu R$ 1,778 bilhão. Na mesma direção, o EBITDA chegou a R$ 370 milhões no terceiro trimestre de 2002, com queda de 5,1% em relação ao mesmo período de 2001. No segmento de transmissão de dados, que é tido como um dos mais promissores, as receitas não cresceram nos últimos 12 meses.
Por que então o mercado reagiu comprando Embratel? Rodrigo Magela, do Banco Pactual, dá algumas pistas importantes. Segundo ele, a receita em longa distância nacional foi mais alta do que o esperado. Ainda, a perda de market share no segmento residencial foi mais que compensada pelo aumento de sua participação no mercado corporativo.
Na véspera do anúncio dos resultados trimestrais da Embratel, a corretora Fator Doria Atherino indicava para a companhia um preço-alvo de R$ 10,00 (EBTP4), o que equivale a um potencial de valorização nada inferior a 311%.
Mas como considerar o risco do alto endividamento da Embratel e seu comprometimento com a WorldCom? Os analistas acreditam que a Embratel tem hoje uma posição de caixa relevante (R$ 756 milhões), que favorece uma rolagem relativamente tranqüila.