Qualcomm teria interesse em comprar a Intel; entenda impacto

A fabricante de processadores Qualcomm teria se aproximado de uma importante concorrente para discutir uma possível aquisição. Segundo o Wall Street Journal, a empresa procurou a Intel para tratar desse assunto.

Embora nenhuma das companhias tenha se pronunciado sobre a notícia, a especulação já impactou o mercado: as ações da Intel subiram quase 8% desde a última sexta-feira, dia 20, enquanto as da Qualcomm passaram a operar em queda na Nasdaq.

O CEO da Qualcomm, o brasileiro Cristiano Amon, estaria pessoalmente envolvido nas últimas negociações, relata a imprensa internacional. No entanto, nenhuma oferta oficial foi posta à mesa até o momento – apenas sondagens com consultas iniciais.

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O principal interesse na Intel teria a ver com o desejo da Qualcomm em embarcar no mercado de desktops. O próprio CEO da marca já revelou que a empresa quer lançar os chips da linha Snapdragon também para computadores de mesa.

Hoje, a Qualcomm lidera o mercado de processadores móveis tanto para tablets quanto para smartphones no ecossistema Android. A empresa também embarcou no boom da IA e já oferece dois chips Arm para o sistema operacional Windows para trabalhar com soluções de inteligência artificial. 

Somadas, a empresa e a Intel teriam valor de mercado que passa dos US$ 260 bilhões. Nessa estratégia da Qualcomm de entrar no mercado de computadores, um ativo muito valioso da Intel poderia ser decisivo para um sucesso: o conhecimento acumulado de 56 anos nesse setor.

Transação complicada

Apesar do suposto aceno em relação à aquisição da Intel, uma transação desse tipo envolveria um investimento alto. Atualmente, o valor de mercado da Qualcomm é de US$ 169 bilhões. Mas a Intel ainda continua valiosa. Apesar da sequência de balanços trimestrais no negativo, o valor de mercado dela é avaliado em cerca de US$ 93 bilhões.

Ainda de acordo com o Wall Street Journal, para concretizar a aquisição da Intel, a Qualcomm talvez precise se desfazer de ativos importantes. E mesmo que consiga o capital necessário, há outro desafio nesse caminho: obter a aprovação de órgãos regulatórios, que podem impor condições, como a venda de partes da Intel, ou até mesmo vetar o acordo.

Reestruturação da Intel

Ao mesmo tempo, a Bloomberg aponta que a Apollo Global estaria disposta a injetar US$ 5 bilhões na Intel, no bojo de uma reestruturação da gigante do segmento de chips.

As ações da Intel começaram a despencar de forma acelerada a partir de abril de 2021. Só do começo de 2024 para cá, os papéis da empresa despencaram quase 60%.

A explicação para a queda da fabricante sediada na Califórnia é resultado de um conjunto de fatores. Um deles é que a Intel teria ficado para trás em relação às concorrentes  na corrida por microprocessadores mais velozes, eficientes e ainda menores. 

Imagem: Reprodução/Google Finanças

Não só isso, como a companhia também perdeu boa parte das receitas após algumas fabricantes encerrarem, com ela, encomendas de chips. Desde 2020, por exemplo, os Macbooks não usam mais processadores da Intel. Não só isso, como a empresa não conseguiu evoluir no mesmo ritmo das rivais no tema da inteligência artificial (IA) – cuja demanda global atual é principalmente absorvida pela Nvidia

Diante da queda de mercado e resultados financeiros fracos, a Intel passou a adotar estratégias de reestruturação. Para cortar gastos, a empresa anunciou em agosto o corte de 15 mil empregos. A fabricante também suspendeu recentemente o pagamento de dividendos.

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