Bava diz que Oi deve se tornar uma "empresa de entretenimento", a exemplo do que ocorreu com a PT

Zeinal Bava, CEO da Portugal Telecom e da Oi, diz que, a exemplo do que aconteceu em Portugal, ele quer que a Oi se torne no futuro uma "empresa de entretenimento". O executivo não esconde que a principal referência para a virada que pretende implantar na Oi nos próximos cinco anos é semelhante à que foi iniciada na Portugal Telecom em 2007. Hoje, a PT tem números impressionantes mesmo para os padrões europeus. Cerca de 38% das receitas com acesso pessoal (entenda-se, acessos móveis) já correspondem às receitas com dados, o que se explica pelo fato de a rede 4G da TMN (operação móvel da PT) cobrir 90% da população portuguesa. No mercado residencial, a PT tem 66% das suas receitas em dados e a liderança no mercado de TV por assinatura, com um dos maiores cases de sucesso de uma operação de FTTH combinada com IPTV, serviço que foi lançado há pouco mais de cinco anos. Ao todo, mais da metade das receitas da Portugal Telecom está, hoje, atrelada aos serviços de dados.

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Mas de que maneira isso é a referência para a Oi, onde as dimensões geográficas e os desafios operacionais são muito maiores? "É onde pretendemos chegar, mas com adaptações, é claro", diz Bava. Ele mostra-se especialmente entusiasmado com o serviço de DTH, que considera perfeito para a oferta quadruple play nas milhares de cidades brasileiras onde só a Oi tem uma oferta de banda larga e telefonia fixa, ainda que na banda larga as velocidades sejam ainda limitadas ao que o ADSL permite. "O Velox é a única opção em grande parte do Brasil", diz ele. Daí o foco na oferta conjunta. A mudança que Bava parece buscar é muito mais no sentido de otimizar a operação do que fazer uma expansão generalizada das redes .

O foco da Oi é na melhoria dos processos, em unificar os sistemas e assegurar, por exemplo, que um mesmo instalador possa se responsabilizar pela entrega de todos os serviços, ou um mesmo atendente possa dar atendimento para tudo. Foi isso o que a Portugal Telecom fez na primeira fase de seu turn-around e que parece ser o benchmark da Oi no curto prazo. A forte expansão da fibra ou da rede 4G seriam consequências desse processo de otimização da operação, que deve gerar sobras de recursos, aliada à política de restrição de dividendos pelos próximos quatro anos já anunciada pela Oi.

Ou seja, da otimização dos recursos existentes virá o que Bava diz ser o "fazer mais com menos". Onde houver capacidade de banda larga ociosa, pode-se transferir para áreas carentes de rede. Outra estratégia é focar na expansão dos serviços pré-pagos, para ter escala e uma base de clientes, mesmo que as margens inicialmente não sejam as mais altas. O DTH é outra forma de assegurar à Oi, já, presença no segmento de TV por assinatura.

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