"Não existe plano B", diz executivo da RIM

Após os últimos resultados financeiros divulgados, muitos acreditavam que a Resarch In Motion (RIM) acabaria sendo dividida em duas ou mesmo comprada por uma concorrente como a Samsung. No entanto, a fabricante adotou uma postura de tudo ou nada, apostando todas as suas fichas na plataforma BlackBerry 10. Como afirmou o promotor da empresa para as Américas, Larry McDonough, durante o BlackBerry 10 Jam em São Paulo nesta quinta-feira, 23, “não existe plano B”. 

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McDonough é incisivo quando o assunto é o futuro da RIM. Para ele, a má fase da companhia canadense no mercado financeiro faz parte de um recuo estratégico, mas consciente. “A mídia gosta de falar que estamos ruins no mercado e é tudo verdade, mas não estamos nem aí: ninguém vai nos comprar porque não estamos à venda”, afirma. “É por isso que estou comprando ações, pois estão em um bom preço agora”, brinca.

A razão da confiança é o BB 10, um marco para a companhia canadense por não ser uma atualização dos sistemas operacionais anteriores, mas um desenvolvimento partindo do zero. Apesar dos atrasos, o software deve enfim ser lançado no primeiro trimestre de 2013 e já está sendo tratado como a salvação para reconquistar o mercado. Ironicamente, uma das inspirações da RIM é a sua maior competidora.  “É como Steve Jobs há dez anos – ele não queria apenas fazer um telefone”, diz, comparando a versatilidade do iPhone com as aplicações possíveis da plataforma em outros dispositivos além de um smartphone ou tablet, como em conceitos de casa conectada ou na interação com a computação embarcada em carros. Não à toa, o ex-designer da Apple, Don Lindsay, foi contratado pela RIM em 2009 e hoje é vice-presidente de interface de usuário na empresa.

A diferença, afirma McDonough, é que o BlackBerry lida melhor com operadoras, enquanto a empresa de Cupertino não permite grandes margens de lucros com seus aparelhos. “As operadoras não estão felizes com a Apple, pois ela as espreme”, alega o executivo norte-americano. A estratégia é estabelecer acordos mais amigáveis, levando a marca de volta ao consumidor. “O Blackberry é como a primeira namorada, os usuários falam dos aparelhos de uma maneira carinhosa. Só não gostam dele agora”.

Outro ponto de ataque da RIM é na performance dos aparelhos, trazendo recursos verdadeiramente multitarefa com boa resposta aos toques na tela e animação fluída. Grande parte disso se deve à experiência do próprio McDonough, que já passou pela Silicon Graphics e foi um dos inventores da API para recursos gráficos Open GL. “Não é um requerimento, mas procuramos manter os aplicativos rodando a 60 quadros por segundo”, diz. Por isso mesmo, parcerias com Electronic Arts e Gameloft, duas gigantes do jogos para mobile, também são apostas no BB 10.

No entanto, o objetivo da companhia não é ir atrás dos mesmos consumidores “sentados no sofá” que utilizam um iPhone ou Android, mas levar os usuários a realmente serem produtivos com o dispositivo. “Queremos pessoas que queiram fazer algo”, diz. Para isso, a RIM precisa recuperar o mercado perdido no setor de smartphones, algo que o executivo acredita ser claramente possível, inclusive citando um roadmap interno com o cronograma com esse objetivo.  “Não queremos ser terceiros ou segundos, queremos a liderança”, finaliza.

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