Consumo eficiente de energia será desafio ainda maior para operadoras no 5G

A consolidação do 5G também deve trazer um grande desafio de eficiência energética para as operadoras de telecom durante os próximos anos. Além de antenas mais potentes, a pulverização do poder de processamento em data centers menores (ou o chamado edge computing) também deve contribuir de forma intensa para o crescimento do consumo de energia.

Segundo pesquisa da Vertiv, fornecedora de equipamentos e serviços para infraestrutura crítica, um aumento da ordem de 150% a 170% no consumo energético é projetado no setor de telecom até 2026. A perspectiva estaria deixando as empresas do segmento em alerta, representando uma grande preocupação para quase 90% dos executivos em teles globais, segundo a companhia.

"Com o aumento do processamento de dados próximo ao usuário através da pulverização do edge, fatalmente vai gerar um consumo maior de energia", afirmou o country manager da Vertiv Brasil, Rafael Garrido. "A velocidade da implantação do 5G vai ditar este aumento, então soluções eficientes serão um desafio". Tradicional fornecedora de equipamentos do gênero para grandes data centers, a Vertiv tem adequado sua oferta para o edge. Segundo Garrido, no estágio avançado do 5G, cada estação radiobase (ERB) deverá vir com uma pequena estrutura de processamento edge acoplada.

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Soma-se a isso o fato de uma maior densidade necessária de ERBs no 5G também pressionar os custos de energia, sobretudo quando utilizando a tecnologia MIMO, de múltiplas entradas e saídas. Dessa forma, mesmo que as fornecedoras de infraestrutura de acesso consigam garantir maior eficiência nas ERBs (através de medidas como um modo "sleeping" que diminua o consumo em momentos de menor demanda), ainda haverá pressão significativa.

Planejamento

A Vertiv estima que custos energéticos correspondam de 20% a 40% do opex de rede das operadoras. Um outro levantamento, realizado pela MTN Consulting, constatou que, do opex total do setor, de 5% a 6% vão para contas de energia. Na China, onde o serviço 5G já está em operação em grande escala, o aumento deste custo já levou a China Mobile a sugerir que governos locais subsidiem parte da conta, de acordo com a MTN.

No Brasil, segundo Garrido, as operadoras locais estão bem cientes do desafio e se engajando com antecedência em discussões com players da cadeia energética e de processamento de dados. "Essa tem sido uma prioridade grande", apontou. Vale destacar que no Brasil, iniciativas de autossuficiência energética também têm mobilizado as teles. Mas o country manager da Vertiv lembra que mesmo no caso da energia autogerada, o consumo eficiente segue sendo uma necessidade.

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