Fitch ressalta baixa alavancagem e reafirma rating AAA da TIM Brasil

5G da TIM
Imagem: Danilo Paulo/Teletime

Em relatório sobre os negócios e as finanças da TIM Brasil divulgado nesta segunda-feira, 23, a agência de classificação de risco Fitch Ratings manteve a nota de crédito nacional de longo prazo "AAA(bra)" da operadora. O mesmo rating foi reafirmado para a primeira emissão de debêntures da tele. Ambas as notas têm perspectiva estável.

De acordo com a Fitch, a TIM Brasil se destaca pelo "forte perfil de negócios", respaldado pela baixa alavancagem e robusta liquidez da operadora.

No relatório, a agência de rating ainda ressaltou que a TIM deve reportar "forte fluxo de caixa livre (FCF) antes da distribuição de dividendos nos próximos cinco anos", em função do crescimento da receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês) e do avanço em serviços corporativos (B2B) e digitais.

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Além disso, pontuou que a unidade brasileira tem perfil de crédito mais robusto do que o controlador, o Grupo TIM (antiga Telecom Italia).

"A perspectiva estável dos ratings corporativos baseia-se na projeção da Fitch de que a alavancagem líquida da TIM Brasil permanecerá abaixo de 1,0 vez e de que os fluxos de caixa operacionais da TIM continuarão sólidos, permitindo fortes distribuições de dividendos, que servirão às debêntures da TIM Brasil", afirma a agência, em trecho do relatório.

Projeções

Em sua análise, a Fitch estima que a TIM Brasil deve reportar lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 9,7 bilhões e R$ 10,2 bilhões em 2025 e 2026, respectivamente.

O FCF, por sua vez, deve subir de R$ 187 milhões neste ano para R$ 1,2 bilhão no ano que vem, com apoio dos "crescentes fluxos de caixa das operações (CFO) em diferentes cenários macroeconômicos".

A TIM também é favorecida pelo fato de não ter operação de TV por assinatura, segmento com tendência de queda. Adicionalmente, a tele ainda conta com o processo de migração de usuários de telefonia móvel de planos pré-pagos para controle e de controle para pós-pagos, o que incrementa o ARPU do serviço celular.

Alavancagem controlada

A Fitch projeta que a alavancagem da TIM permaneça abaixo de 1,0x, com a dívida líquida em aproximadamente R$ 2 bilhões em 2025 e R$ 1 bilhão em 2026.

Contudo, a agência de rating recorda que a TIM, assim como outras operadoras, contam com uma liminar para suspender o pagamento das taxas do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel) desde 2020. O passivo da TIM, nos cálculos da Fitch, é de R$ 3,6 bilhões. Mesmo que eventualmente seja obrigada a pagar, a operadora não deve sofrer forte impacto financeiro.

"No pior cenário, com a TIM obrigada a pagar este saldo, sua alavancagem líquida aumentaria para 0,6 vez, sem impactos na demonstração do resultado. A empresa também tem flexibilidade para reduzir os dividendos e a recompra de ações, se necessário", analisa a agência.

Rivais

No relatório, a Fitch afirma que a TIM Brasil tem a mesma classificação que a Telefônica Brasil, dona da Vivo.

"Os dois grupos apresentam forte perfil de negócios, derivado de robusta posição de mercado e da força e resiliência da geração de CFO e da rentabilidade. Estas operadoras apresentam estrutura de capital conservadora e forte liquidez", reforça.

Além disso, a agência diz que os ratings de ambas as teles "estão vários graus acima dos da Oi", citando que a operadora "não possui liquidez suficiente para servir seus cupons". Vale lembrar que, no fim de maio, a Fitch rebaixou a nota de longo prazo da Oi para "C(bra)".

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