A chegada do 5G deverá ser potencializada pela maior adoção da nuvem, na visão de executivos da TIM e de fornecedores de cloud durante o SciBiz – Science meets Business, evento organizado pela Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA-USP) na quinta-feira, 23. A CIO da operadora, Auana Mattar, colocou que essa adoção da tecnologia pelo mercado ainda está no início, mas ocorre de forma acelerada e deve trazer mais do que apenas uma evolução.
"É uma mudança de paradigma, pois saímos de competição para parcerias que não imaginaríamos viabilizadas mundialmente", declarou a executiva. Ela destaca ainda que o 5G combinado com a nuvem, especialmente como edge computing, vai permitir a redução de latência de forma a remodelar o trabalho, por exemplo, já que será possível ter acesso em tempo real e com mais definição. "A abordagem passa a ser muito mais por projeto, com tudo mundo [disponível] na mesa."
Em contato por email nesta sexta-feira, 24, Mattar adicionou outros pontos a este respeito do assunto. A executiva lembra que a TIM tem projetado para o início de 2023 a migração de 100% dos data centers para a nuvem. Ressalta ainda que a operadora promove esta aceleração, embora outras empresas no Brasil e no mundo ainda estejam com a adoção da nuvem ainda no início, "mas o tema vem sendo tratado mundialmente com prioridade e as migrações iniciadas por outras empresas e mercados".
A CIO adicionou por email: "O que constatamos ao longo da nossa jornada na TIM é que não se trata de um projeto tecnológico somente, vimos mudanças nas relações com os parceiros, no mindset do time de TI, toca a cultura e a forma de fazer negócios. Saímos de modelo de competição entre os fornecedores para parcerias, trabalhando num ecossistema à serviço do cliente, parcerias que não imaginaríamos viabilizadas mundialmente antes".
No evento, Mattar comentou que na TIM, especialmente na ótica dos serviços corporativos, a nuvem permitirá tratar de casos específicos, uma vez que permite maior flexibilidade na escala. "Eu considero o Brasil o país com maior potencial do mundo [para a tecnologia], o agronegócio tem vários problemas a ser resolvidos." A executiva ainda comentou as possibilidades de transformação digital para a educação. A operadora pretende também "destravar" modelos de negócio em verticais como o Agro. A CIO firmou posteriormente, por email: "Ao pensar no mercado B2B, por exemplo, isso muda a forma de relacionamento. (…) Inovando e cocriando, juntos".
"O 5G não vive sem nuvem, e o vejo como habilitador de novos modelos, ofertas e parcerias", complementou o vice-presidente sênior de tecnologia da Oracle, Rodrigo Galvão. Vice-presidente e CTO de customer success da Microsoft, Fernando Lemos coloca que a transformação do capex para opex reduziu os investimentos e permitiu à TIM aumentar a receita méida por usuário (ARPU). Disse também que as empresas podem "coinvestir em novas tecnologias e negócios, como IoT, metaverso etc."