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Anatel prevê impacto de questões econômicas e políticas no WiFi 6

As frequências da faixa de 6 GHz que serão utilizadas pelo WiFi 6 são um dos temas abordados pela área técnica da Anatel. Mas a preocupação não é apenas em relação à tecnologia e ao espectro. O superintendente de competição da agência, Abraão Balbino, acredita que há uma discussão “inclusive geopolítica sobre o WiFi 6 e o 5G, qual vai ser o mais usado e o modelo de negócios de como será o deployment, com quem vai ficar esse dinheiro do novo mundo em termos de aplicações”.  

Balbino disse durante o evento online TELETIME Tec, realizado nesta terça, 23, que a destinação da faixa de 6 GHz está sendo discutida internamente na agência, além de ser tema de workshops. O conselho diretor aprovou em maio a revisão do Regulamento sobre Equipamentos de Radiocomunicação de Radiação Restrita, que destina esses 1.200 MHz na faixa de 5.295-7.125 MHz para o uso não licenciado. A área técnica tem até agosto para devolver ao conselho uma avaliação.

A questão será a convivência com o 5G, e como essa oferta de capacidade extra em espectro não licenciado poderia influenciar economicamente em determinados modelos de negócio. “Na perspectiva dos prestadores de serviço e fabricantes, dependendo de como destina a frequência e como aloca, terá determinados agentes econômicos com pouco mais de força na cadeia de valor como um todo“, afirma Balbino.

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Por exemplo: se determinados dispositivos estiverem com uso mais atrelado à rede móvel 5G do que ao WiFi 6, “as operadoras poderão a ser gatekeeper, com maior poder na cadeia”. Dependendo de como a Anatel vai alocar a frequência e em que proporção, esses agentes poderiam ficar em vantagem, diz o superintendente.

Harmonização

A presidente da Dynamic Specturm Alliance (DSA), Martha Suarez, entende que há necessidade de se manter essa disposição. Na visão da associação, para o WiFi 6 operar, precisa de canais de 160 MHz, em harmonização com o que foi aprovado nos Estados Unidos e na Coreia do Sul.  

A ideia é que se tenha diferentes classes de potência, de acordo com a localização – de curto alcance, e em indoor, e para uso exteriores. Neste último caso, contudo, há a preocupação de convívio. “Precisa de coordenação com serviços existentes, tem banda satelital, serviço fixo e algumas aplicações de radiodifusão, enlaces”, afirma Suarez.

Ela recomenda a destinação idêntica a dos exemplos norte-americano e coreano. “Pode ser que a Anatel coloque 1.200 MHz para baixa potência, mas não para ambientes exteriores. Vai ser uma decisão técnica. Já temos a decisão dos EUA e Coreia, mas é importante proteger incumbents”, afirma.

Mas Abraão Balbino ressalta que a harmonização e identificação de faixas ainda estão em discussão no âmbito da União Internacional das Telecomunicações (UIT). Há expectativa de que a faixa de 7.025-7.125 MHz possa ser destinada para uso por serviços móveis IMT (ou seja, 5G) na conferência mundial de radiofrequência (WCR) de 2023.

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