O continente africano está passando por uma transformação com o uso dos sistemas de pagamentos móveis, e como resultado é esperado que a região alcance US$ 2 bilhões em receita no final de 2015 e US$ 4 bilhões em 2018. De acordo com uma pesquisa da Juniper, divulgada nesta terça-feira, 23, o continente africano está tornando-se líder no mercado de pagamentos móveis.
A empresa de pesquisas britânica cita como exemplo um lucro de 10% com os pagamentos móveis em operadoras africanas – como a Vodacom Tanzânia e a MTN Uganda. Apenas uma das teles africanas, a Safaricom MPESA, teve uma receita de US$ 330 milhões em seu último ano fiscal. Com o resultado, ela tornou-se a empresa mais próspera em serviços de transferência de dinheiro por dispositivos móveis do mundo.
Um dos motivos para o crescimento na região seria a possibilidade de operações de transferência entre empresas de diferentes países, como a parceria da Safaricom com a MTN no corredor Ruanda-Quênia (engloba os países Burundi, Congo, Uganda, Quênia e Ruanda).
Canais de comunicação
Vale lembrar que as operações de pagamentos mobile na África se dão em sua grande maioria por mensagens SMS e USSD, ideal para celulares de baixo custo e sem a necessidade de aplicativos. No entanto, a pesquisa da Juniper ressalta que a adoção dos apps deve acontecer em médio prazo, com a crescente adoção de smartphones pela população africana nos próximos anos.
Mercados sem crescimento
A empresa britânica aponta que a baixa adoção dos pagamentos móveis em alguns mercados africanos se deve a "decisões ruins" das operadoras, como erros em campanhas publicitárias para alcançar um público-alvo. A Juniper ainda notou que o alto custo das taxas de transferência na Nigéria espantaram os clientes, e muitos acabaram usando os pagamentos móveis apenas uma vez. Assim como as taxas de retirada de contas poupança em outros mercados eram "inapropriadas" para camadas mais pobres da população.