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Operadoras buscam equilíbrio na TV linear por streaming

Foto: Pixabay

O serviço de TV linear por streaming traz lados positivos, especialmente pela redução da carga regulatória com o entendimento da Anatel de que não se trata de serviço de acesso condicionado (SeAC), a TV por assinatura. A forma de oferta de conteúdo de forma passiva (em relação ao vídeo on-demand) ao cliente ainda é importante, especialmente com a fragmentação do mercado over-the-top. Agora, as operadoras buscam equilíbrio entre esses produtos, conforme exposto no primeiro painel do Brasil Streaming Digital nesta segunda-feira, 23.

A DirecTV (controlada pela Vrio, que também é dona da Sky Brasil), trabalha com TV linear por streaming do DirecTV Go desde 2020 no Brasil, e agora foca na parceria com provedores de Internet (ISPs) para expandir o alcance da plataforma. Atualmente são “quase dez” empresas já integradas. “O ticket de entrada da TV é pesado, então começamos a nos posicionar como melhor parceiro de ISPs, com plataforma estável e que funciona muito bem com a banda larga nova”, declara o CMO da companhia, Gustavo Fonseca, referindo-se à fibra óptica. “Vamos explodir nos próximos meses”, diz, citando parcerias como a que a operadora tem com a Algar. 

Fonseca acredita que a migração das parabólicas da banda C para a Ku é uma “jabuticaba”, um problema tipicamente brasileiro. Há players enxergando potencial, inclusive a operadora de DTH. “A Sky está se posicionando forte nesse assunto”, coloca. Mas, em um futuro próximo, ele enxerga haver uma convergência da área de cobertura do satélite com a fibra. “A penetração da banda larga fixa vai continuar crescendo no Brasil, e em algum momento a a infraestrutura vai se solapar no mercado”, coloca. “A falta de banda larga fixa é uma questão temporária. Não vai demorar muito. Tem muito capital disponível.” 

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A Roku também busca parcerias, mas já em maior escala. A companhia, uma startup criada no Vale do Silício (Calfórnia, EUA) em 2008, chegou ao Brasil em 2020 e sentiu o impacto da pandemia, tanto nas dificuldades de distribuição do produto quanto na aceleração da adoção do streaming no período. Atualmente, conta com 40 ISPs, vislumbrando “potencial enorme de expansão”, segundo o diretor de marketing da companhia, Luis Bianchi. “Estamos trabalhando com ISPs para desenhar uma melhor oferta. Tentamos oferecer simplicidade e facilidade, triangulando ofertas de conteúdos junto a eles, através de soluções white label e que eles podem customizar”, detalha.

Bianchi afirma que a plataforma já é a segunda maior do País, considerando outros sistemas operacionais de smart TVs. Ele lembra que o hardware – a caixinha da marca – é fruto de “alto investimento”, com “mais da metade dos recursos” investidos em engenharia de software. Outro lado defendido por Bianchi é a da competição com a pirataria. O diretor explica que além da empresa oferecer a caixinha homologada pela Anatel, com recursos de qualidade e com preços competitivos, a Roku também trabalha de forma ativa para derrubar os serviços clandestinos de IPTVs (não confundir com o serviço via fibra) de sites piratas

Regulação

Roberto Guenzburger, diretor de consumer da Oi, relata que a negociação para o conteúdo está mais fácil com o streaming. “A relação muda à medida em que a regulamentação muda. Além do modelo negocial, a TV tradicional tem toda a carga regulatória do SeAC, que claramente há alguns anos está totalmente defasada”, diz. O modelo over-the-top, diz, facilita até mesmo os testes no mercado, além de trazer flexibilidade para os provedores.

Diretor de TV da Claro, Ricardo Falcão coloca que o modelo OTT para oferecer TV linear “tem se mostrado mais rentável sim”, comparando os custos fixos de operação e na demanda de infraestrutura. Mas há um problema herdado da TV tradicional: o conteúdo. “Isso é fato: a carga regulatória é diferente, e o imposto é menor. Mas o que agravou é que o conteúdo foi sendo reajustado e crescendo ao longo do tempo, e o bolos do consumidor não conseguiu acompanhar, então nossas margens e rentabilidades vêm diminuindo muito pelos custos de programação“, coloca. 

Falcão coloca que as negociações no streaming são “um pouco melhores”, mas que ainda continuam similares ao SeAC. Afirma ainda que, embora a rentabilidade seja melhor, ainda não chega ao nível da TV por assinatura entre 10 a 15 anos atrás. “É um negócio rentável, de capital intensivo, independente de ter uma caixa ou não, a infraestrutura de backend e frontend para disponibilizar o serviço estável e de qualidade, como a Roku posicionou, mas é um super desafio de Capex também.”

O evento Brasil Streaming Digital é organizado por TELETIME e Tela Viva

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