Setor de telecomunicações tem que se inserir na agenda pública, diz Navarro

O presidente da Telefônica do Brasil, Eduardo Navarro, destacou durante apresentação no Painel Telebrasil 2018 que o setor de telecomunicações não está na agenda pública brasileira, talvez por "não ter sido problema nos últimos anos", já que o segmento alcançou um grau de penetração significativo: 105% na telefonia móvel, 98% dos domicílios contam com telefonia fixa e a banda larga fixa em está presente 42% das residências. "Não podemos deixar de avaliar que 43% da população não tem esgoto em suas casas, só 52% tem educação universitária e uma em cada quatro pessoas não tem cartão de crédito."

No entanto, o executivo afirmou que ainda há muito mais por fazer, mas que há uma série de obstáculos para um avanço maior, sobretudo em aspectos regulatórios. Para o executivo, o Brasil precisa se inserir na nova economia, e o atraso na mudança da legislação pode ser irrecuperável. "Não podemos conviver com essa situação até 2025. Precisamos avançar mais". O executivo reiterou que a sobrecarga regulatória é um grande impeditivo para o crescimento, e cita especificamente os indicadores de qualidade no Serviço de Telefonia Fixo Comutado (STFC).

Outro aspecto negativo citado por Navarro diz respeito ao valor das multas aplicadas às prestadoras. "Não vejo outro setor que tenha um nível de sanções tão elevado quando o que temos, e quando fomos buscar transformar estas multas em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), nos faltou maturidade institucional", ressaltou. O executivo contou que a última proposta da empresa para a Anatel na tentativa de salvar o TAC foi o atendimento de distritos não conectados com 4G, sem sucesso. Ele destacou que quem perdeu com isso foram cerca de 2 mil distritos do país, que não têm conectividade, mas poderiam ter acesso à Internet caso o termo fosse aprovado. Agora, disse o executivo, a questão (das multas) vai ser discutida por anos na Justiça.

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O dirigente lembrou ainda que o setor vem contribuindo para a queda da inflação com redução contínua de preços. Porém, sofre com um crescimento negativo nos últimos anos, apesar de ter feito investimentos em infraestrutura de forma significativa. "O setor de telecomunicações até poderia ser criticado por ter feito investimentos errados, mas não por não ter investido. Nos últimos anos, investimos perto de R$ 1 trilhão. Com exceção talvez da área petroquímica, que outro setor investiu isso no Brasil?", questionou.

Percepção do usuário

Na avaliação do presidente da Vivo, a percepção dos usuários dos serviços de telecomunicações, que avaliam mal os serviços do setor, não pode estar correta. "Fizemos pior que os bancos? Ou que as elétricas? Estamos tendo um caladão no País?", perguntou. Para Navarro, a explicação é de que ocorreu um erro de comunicação a ser corrigido, uma vez que não "faz sentido investir os valores que as empresas investem, garantindo a comunicação de milhões de brasileiros, e elas terem esse tipo de imagem dos seus clientes". Em relação à carga tributária do setor, Navarro afirmou que a meta é garantir que não haja aumento, pois, segundo lembrou, o segmento de telecomunicações paga cerca de R$ 60 bilhões em impostos por ano.

 

1 COMENTÁRIO

  1. O problema do Navarro é que ele está do lado errado para avaliar a qualidade do produto que oferece. Ele teria que ser Cliente da VIVO para poder avaliar melhor principalmente quando as faturas chegam com valor errado por exemplo, ou cobrando produtos que tu não contratou e ai tem que ligar num Call Center. Aí ele vai poder avaliar melhor a revolta do Consumidor com a VIVO e num geral com todas as OPERADORAS. Há um descaso delas com quem usa e paga. Só verificar a quantidade de AÇÕES JUDICIAIS contra. Será que ele não sabe disso? O discurso dele é fantástico. Pena que do remedio que receita ele não passa perto.

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