Microsoft e Google não pretendem competir na distribuição de vídeo

Nem Google nem Microsoft têm planos de tornar suas plataformas de vídeo competidoras dos distribuidores de conteúdos, ou "multichannel video programming distributors" (MVPD, na sigla utilizada nos EUA). Essa foi a posição manifestada por representantes das duas empresas durante um dos paineis da Cable 2012, principal evento de TV por assinatura dos EUA que acontece esta semana em Boston. Segundo Mário Queiroz, vice-presidente do Google responsável pelo desenvolvimento do Google TV, a plataforma deve continuar focada em busca e agregação de conteúdos de diferentes provedores. Segundo Queiroz, o Google segue com a estratégia de estabelecer uma cobertura ampla do Google TV antes de começar a ter receita com ele. "Acreditamos que sem um footprint adequado não é hora de monetizar o produto", diz ele. Segundo o executivo, certamente haverá publicidade no Google TV, nos formatos conhecidos e outros ainda a serem inventados.

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O Google TV aposta que a renovação anual de cerca de cem milhões de televisores todos os anos será importante para impulsionar a plataforma Google TV, que deve começar a vir embarcada em muitos desses aparelhos. Sem dar números, Queiroz não negou a estimativa dada pelo chairman da empresa, Eric Schmidt, de que a ideia do Google é estar em metade das TVs conectadas fabricadas no mundo. A estimativa foi lembrada pelo moderador da sessão.

Queiroz lembrou que o Google está em um segundo estágio de desenvolvimento do Google TV, depois de um começo ruim com a primeira versão, que era baseada em um hardware dedicado. "É uma plataforma de software, baseada em Android. É aberta e compatível entre diferentes dispositivos, e por isso acreditamos que ela rapidamente estará em muitos dos televisores fabricados pelos nossos parceiros", diz ele. Entre os desafios, ele coloca, está a adaptação aos processadores utilizados nos aparelhos de TV e algumas questões específicas referentes ao processamento de video. "O Android foi desenvolvido para dispositivos móveis originalmente, e lidar com o processamento de vídeo por horas ininterruptamente, com alta definição, tem alguns desafios", disse Queiroz, que participou do desenvolvimento do Android também.

Microsoft

Já a Microsoft aposta na sua plataforma de vídeo baseada no hardware XBox, originalmente pensada como um console de games, mas que a cada dia se torna mais relevante para o consumo de mídia. Segundo Gerard Kunkel, media strategy advisor da Microsoft e da plataforma XBox, hoje o consumo de conteúdos de mídia já está "eclipsando" o uso para jogos no XBox Live, rede online dos usuários do XBox. É por esta rede que os conteúdos são distribuídos. Segundo Kunkel, existem cerca de 60 milhões de consoles XBox no mundo, dos quais cerca de 40 milhões de usuários estão conectados à rede XBox Live. É importante notar que esse crescimento no consumo de mídia está acontecendo em paralelo com um crescimento no consumo de games, diz Gerard Kunkel.

"Nossos usuários consomem, pelo XBox Live, 84 horas de conteúdos de mídia por mês. Nos EUA, segundo a Nielsen, a audiência média de TV é de 150 horas por mês", exemplificou o executivo.

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