A adoção do 4K avança lentamente, pelo menos por enquanto, por pressão, sobretudo, dos fabricantes de telas. A afirmação é de Thomas Wrede, vice-presidente de recepção da SES, que diz ainda que quem está na frente nessa corrida são os serviços over-the-top (OTTs). "Se os streams para os vários modelos de smart TVs 4K tiverem especificações diferentes, para a Netflix não faz muita diferença. Mas o resto da indústria precisa de padronização", disse em entrevista a este noticiário. Segundo o executivo, além da padronização, para massificar a adoção da tecnologia é necessário um ecossistema completo. "Precisamos do blu-ray 4k promovendo a tecnologia. Precisamos dos conteúdos certos e de mais conteúdos com tecnologia HDR (High Dynamic Range – que garante melhor qualidade de cor e contraste)", diz o executivo.
Satélite
Segundo Wrede, no entanto, o OTT deixa a desejar na qualidade de imagem, uma vez que o 4K demanda uma banda que não está popularizada. É aí que o satélite ganha, pois garante qualidade de forma que o OTT jamais conseguirá, explica. "Estamos preparados para o 4K e fazendo diversos testes com parceiros em todo o mundo. Todos estão preparando o lançamento, mas ninguém está pronto para lançar. Ainda há uma dúvida sobre lançar agora, na 'fase um', ou esperar a 'fase dois', com o 8K", diz Wrede.
SAT>IP Alliance
Na NAB, que aconteceu na semana passada, em Las Vegas, seis empresas anunciaram a formação da SAT>IP Alliance, formalizando a união que começou ano passado para o desenvolvimento de hardwares e softwares compatíveis com a tecnologia SAT>IP. As empresas participantes são SES, Hispasat, Panasonic, Nagra, Ali Corporation e MaxLinear.
A tecnologia SAT>IP converte sinais de satélite em IPs no ponto de recepção, a partir de um pequeno servidor, que pode estar localizado na antena parabólica ou na casa do usuário. Ele distribui o sinal para diferentes dispositivos como tablets, smartphones e laptops e torna possível fornecer conteúdo de alta qualidade via satélite de forma mais eficiente a todos os monitores na casa, pois utiliza conexões pré-existentes no prédio. A SAT>IP é atualmente a compatível com satélites e redes terrestres europeias.
Thomas Wrede, vice-presidente de recepção da SES, afirmou a este noticiário durante o evento que a solução é mais simples e barata do que encapsular um sinal de TV a uma rede IP por satélite. "A transmissão e a recepção continuam sendo através do padrão DVB, mas tudo isso passa a se transportado por IP na casa do assinante, permitindo uma distribuição para múltiplos dispositivos", explicou. A recepção em uma smart TV, por exemplo, poderia ser feita por um aplicativo da operadora de TV por assinatura, demandando um único equipamento em todo o o lar. Smartphones e tablets também passam a ter acesso ao conteúdo.
Segundo Wrede, já há empresas analisando a tecnologia no Brasil. "Se trata de uma instalação muito mais simples para hoteis, por exemplo", diz o executivo. Aproximadamente 40 fabricantes apoiam o padrão, com mais de 70 produtos no mercado europeu.