ANPD quer regras temporárias para transferência internacional de dados

A transferência internacional de dados poderá ser regulada por meio de uma autorização temporária até sua regulamentação definitiva pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). A informação foi dada pelo presidente Waldemar Ortunho, nesta terça-feira, 23, no Seminário de Políticas de (Tele) Comunicações organizado pelo TELETIME e CCOM/UnB.

"O assunto consta na agenda regulatória divulgada em janeiro e, enquanto ainda não for regulamentado, vamos criar algo que crie um ambiente de segurança jurídica para o bom funcionamento até a criação das regras de transferência internacional em definitivo", afirmou.

Na agenda regulatória, a transferência de dados pessoais consta como um item que será tratado na fase dois, ou seja, está prevista para ser regulamentada em até 18 meses, por meio de resolução.

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Líder do GT de Regulação e Internet na Brasscom e sócia fundadora da BFA, a advogada Ana Paula Bialer apontou que a transferência internacional de dados é de suma importância, o que exige agilidade nas regras. "Enquanto o arcabouço que regule isso ainda não sair, é preciso pelo menos permitir que isso aconteça de maneira tranquila", defendeu.

A extraterritorialidade de dados pessoais foi assunto tratado na sabatina dos atuais diretores da entidade. O questionamento foi feito pelo presidente da Comissão de Infraestrutura, senador Marcos Rogério (DEM-RO), que perguntou como a ANPD se comportaria perante a coleta e tratamento de dados feito pelas grande big techs como Google e Facebook. A LGPD já assegura no seu artigo 3º que qualquer operação e tratamento de dados realizada em território brasileiro estarão sujeitos à legislação brasileira de tratamento de dados, mesmo estes dados sendo armazenados em outro país.

Estrutura

Outro aspecto que Ortunho tratou foi sobre a estrutura da ANPD. Segundo o presidente da autoridade, o Ministério da Economia desenhou uma estrutura com 36 funcionários. "A partir da nomeação dos diretores, iniciamos um processo de estruturação. Simultaneamente, iniciamos a busca por pessoas para compor nosso quadro. Hoje temos 20 pessoas nomeadas. Acredito que se estivéssemos esperando um ambiente ideal para lançar a ANPD, perderíamos muito tempo", disse.

Essa estrutura deverá ser mais robusta daqui a dois anos, quando a entidade deverá virar uma autarquia. "Nesse momento vamos ter que ter mais estrutura e pessoal, devido às demandas que aparecem e aparecerão. E nesse tempo que estamos em atividades, começamos a ver exemplos das estruturas que já existiam em outros órgãos e adaptamos essas experiências para implantar na ANPD. Pegamos os bons exemplos", explicou Waldemar.

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