Diante da proposta não vinculante pela Telecom Italia apresentada pelo fundo KKR, a avaliação do BTG Pactual é que a TIM pode ser colocada à venda caso a transação realmente ocorra.
A aposta está em relatório emitido pela instituição financeira neste último domingo, 21 – quando a oferta do KKR foi confirmada. "Nos parece que o único interesse do KKR é nos ativos da Telecom Italia na Itália (especialmente sua rede de fibra), e não na TIM Brasil. Se a KKR for bem-sucedida em sua proposta, esperamos que ela coloque a TIM Brasil à venda", afirmou o BTG.
Para os analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi, mesmo uma negativa pela oferta pode resultar em desfecho similar. "Mesmo que a oferta da KKR não seja aprovada, a oferta potencial por si só pode colocar pressão adicional sobre a Telecom Italia. A atual administração deve buscar maneiras de desbloquear valor, e vender a TIM Brasil pode ser uma delas".
Por outro lado, vale notar que o KKR tem mostrado interesse pelo mercado de telecom latino-americano. Ao lado da Telefónica (controladora da Vivo), o fundo foi anunciado como sócio em projetos de redes neutras na Colômbia e Chile.
Também vale lembrar que a Telecom Italia já passou por várias transações societárias nos últimos anos com mudanças de controle e em todas elas sempre se especulou sobre uma possível venda da TIM. Na prática, contudo, o grupo italiano sempre optou por manter sua presença no Brasil, dado o peso econômico e estratégico que a TIM Brasil tem no portfólio da empresa.
Minoritários
Ao abordar a proposta pela Telecom Italia, o BTG Pactual também avaliou que a transação não deve gerar direitos de tag along para acionistas minoritários da TIM Brasil. Do caso contrário, o valor da oferta para interessados precisaria ser calculado em uma avaliação independente.
"Se a TIM Brasil for avaliada pelo mesmo múltiplo da Telecom Italia, isso implicaria em um preço por ação de R$ 21,5 e um potencial de valorização de 59% para o preço de fechamento da sexta-feira [19]", concluiu o BTG.
Em paralelo, a empresa também projetou reação positiva da ação da TIM frente a proposta pela sua controladora. Nesta segunda-feira, 22, o papel da operadora na B3 fechou com alta de 1,7% após chegar a marcar mais de 9% pela manhã.