Em relação aos canais que a Telefônica já definiu como integrantes do pacote do seu serviço de DTH (que estava para ser lançado esta semana, mas pode ser adiado em função do bombardeio político), algumas curiosidades: os programadores estão, em sua grande maioria, apenas "fechados para testes", ou seja, ainda não há contratos definitivos. Com isso, além de evitar riscos jurídicos, não complicam seu relacionamento com as empresas de TV paga. Os programadores alegam também (alguns deles) que tinham contratos com a Astralsat. Os empacotamentos, contudo, eram diferentes.
Também chamou a atenção dos operadores de TV paga os preços da Telefônica (R$ 39,90 e R$ 79,90, para os pacotes básico e completo, respectivamente). No caso dos canais premium da HBO, incluídos na promoção de lançamento do serviço de forma gratuita aos clientes que permancerem por um ano na base, os preços cobrados tão logo acabasse esta fase seguiriam o padrão do mercado. Ou seja: R$ 22,00/mês pelos três canais (HBO, HBO e HBO Plus) ou R$ 30,00/mês para o acrescimeno dos canais Cinemax e MaxPrime.
Outra curiosidade é a presença dos canais da Fox, FX e NatGeo, no line-up (ainda que, também, por meio de um contrato de teste). A Fox é da News Corp., controladora da Sky+DirecTV, maior opositora da entrada da Telefônica no mercado de DTH.
A explicação para a presença da Fox passa pelo fato de que as empresas (News Corp. e Telefônica) são parceiras na América Latina, e também pelo fato de que a News Corp. não pode, por determinação do Cade, deixar de vender seus canais para nenhuma operadora. No caso da Globo, a explicação para a ausência passa pelo desconforto jurídico da operação. Quando se sentir confortável com a formatação jurídica da operação do DTH da Telefônica, a Globo negociará seus canais. Mas a venda só sai, naturalmente, se forem alcançadas condições comerciais razoáveis. Vale lembrar que o Cade também acertou com a Globo que ela não praticará exclusividade nos canais Globosat (isso não envolve o canal da TV Globo).
Briga no Cade
Enquanto a Telefônica tenta encontrar uma forma de iniciar a sua operação de DTH e comprar conteúdos, operadores de TV a cabo e MMDS que poderiam adquirir canais da Globosat não conseguem fechar uma negociação com a programadora. O impasse está no preço. Os operadores dizem que as condições são inviáveis. A Globosat diz que são as condições acertadas com a SDE e praticadas com os demais clientes. A NeoTV, que representa os operadores que não conseguem comprar o conteúdo da Globosat, recorreu à arbitragem do Cade para resolver o impasse, alegando que já houve uma determinação do órgão no sentido de que a negociação tem que sair. Informalmente, ouve-se que a defesa da Globosat alegará que as operadoras associadas da NeoTV aceitam levar o pacote com todos os canais das programadoras internacionais, mas no caso dos canais da Globo, querem escolher apenas alguns.