Além de frequências para o 5G, a operadora Brisanet acredita que a faixa de 700 MHz é "a ideal para atender em áreas rurais". O problema é que, em muitas dessas regiões, o espectro já tem dono – a Claro, TIM e a Vivo. São três blocos de 10 + 10 MHz, com um quarto vindo com o leilão do 5G, embora esta banda tenha prioridade para a Oi na primeira rodada (isso se a empresa ainda estiver com a Oi Móvel na realização do certame).
Segundo afirmou o presidente da companhia, José Roberto Nogueira, mesmo em áreas onde não há presença de uma dessas grandes operadoras, o uso em caráter secundário esbarra em dificuldades. "Se o ISP solicitar usar na zona rural, onde não tem presença das grandes, a dificuldade é grande para operar", declarou ele durante evento online do Facebook Connectivity nesta quinta-feira, 22.
A vantagem da faixa de 700 MHz é o alcance – por ser um espectro baixo, a área de cobertura consegue chegar a um raio de 20 a 30 km. Nogueira lembra que os PPPs já tiveram uma chance com as sobras de 2,5 GHz, mas a frequência é muito alta e não é adequada para essas regiões esparsas, embora sejam utilizadas nas áreas mais densamente povoadas do distrito.
Para o presidente da Brisanet, o White Space "é importante, mas não há ecossistema" e, por isso, não há ganho de escala, com terminal de baixo custo. Por isso, ele reitera que a faixa de 700 MHz é considerada ideal, pois já há um amplo leque de aparelhos compatíveis. "Queremos fazer sim uso do White Space, mas com até 698 MHz em caráter secundário usando LTE e 5G, seria um grande potencial de entrega para anos seguintes. Mas em um primeiro momento, o ideal é o 700 MHz e o 2,6 GHz", destaca.