As despesas de integração com a Brasil Telecom, a não amortização do ágio da aquisição e o custo da entrada em São Paulo foram as razões que levaram a Oi a registrar uma queda de 71% no lucro líquido no trimestre. A operadora registrou lucro de R$ 64 milhões no terceiro trimestre de 2009, frente a um lucro de R$ 222 milhões no mesmo período do ano passado. Nos primeiros nove meses de 2009, a Oi registra um prejuízo de R$ 71 milhões, contra um lucro pró-forma de R$ 1 bilhão nos primeiros nove meses de 2008.
Alex Zornig, diretor financeiro e de relações com investidores, explica que a não amortização do ágio é uma distorção fiscal causada pelas "cinco ou seis" holdings que existiam entre a Oi e a BrT operadora, que era quem gerava o lucro fiscal. Neste trimestre, essa distorção foi de R$ 80 milhões. A amortização desse ágio começará a ser contabilizada a partir do quarto trimestre do ano.
Já a entrada em São Paulo gerou um impacto fiscal de R$ 300 milhões até setembro e o break even é esperado para o primeiro trimestre do ano que vem. Ou seja, até lá, o investimento deverá ser maior que a receita com os clientes do estado. Atualmente a Oi tem 4,5 milhões de clientes no estado, 10% de market share, segundo a companhia.
Balanço
A receita líquida da companhia alcançou R$ 7,55 bilhões no trimestre, com aumento de 3,4% na comparação anual, enquanto o EBITDA cresceu 1,6% na mesma comparação, para R$ 2,36 bilhões. A margem caiu 0,5 ponto porcentual, para 31,3%.
A dívida líquida consolidada teve redução na comparação com o trimestre anterior de R$ 495 milhões e encerrou o terceiro trimestre em R$ 21,14 bilhões, representando 2,1 vezes o EBITDA recorrente dos últimos 12 meses. Zornig explica que a geração de caixa do trimestre permitiu amortizar parte da dívida, cuja redução também foi levemente impactada pela valorização do Real. Em setembro de 2008, quando a Oi ainda não havia comprado a Brasil Telecom a dívida era de R$ 9,16 bilhões.
No terceiro trimestre, a Oi adquiriu 7,5 milhões novos usuários no período de 12 meses encerrado no fim de setembro, ampliando sua base para 60,5 milhões, crescimento de 14,2% em relação a setembro de 2008. Desse total, 21,4 milhões estavam em telefonia fixa, 34,8 milhões em telefonia móvel e 4,1 milhões em banda larga fixa. Os números estão consolidados com os da Brasil Telecom, adquirida em janeiro de 2009.