Assim como o resto do setor, a Oi está aguardando a Anatel estabelecer as regras para a migração para o novo modelo. Até que isso aconteça, contudo, o setor de telecomunicações estaria encarando perdas "próximas de R$ 10 bilhões nos próximos anos" com capital obrigatoriamente direcionado para a telefonia fixa (STFC), segundo o CEO Rodrigo Abreu.
Segundo afirmou o executivo durante o terceiro dia do Painel Telebrasil 2020 nesta terça-feira, 22, seriam recursos "suficientes para investimentos importantes, mas isso tudo está sendo direcionado para investimento não produtivo". O argumento do executivo continua a ser de inviabilidade econômica do modelo da concessão atualmente.
Para ilustrar, Abreu afirma que seria necessário aumentar o preço da conta da telefonia fixa para alcançar ao menos o equilíbrio financeiro (sem perdas, mas sem ganhos). "O valor da tarifa para 'breakeven' no nosso caso seria de mais de R$ 100, o que é mais do que cobramos na fibra", declarou.
Como agravante, afirma, há ainda a pressão nas margens operacional de lucro depois do custo de capital, citando dados da consultoria BCG. O executivo diz que os investimentos não estão retornando. "Começamos a melhorar um pouco, mas a curva ainda não está positiva, e é importante endereçar isso. Engana-se quem pensa que a pandemia foi positiva para o setor, ela também trouxe impactos graves, como aumento de inadimplência e diminuição na área móvel, apesar do aumento na banda larga fixa."
Último recurso
Neste contexto de evolução para a nova lei, o CEO da Oi propõe o modelo de "Carrier of Last Resort" (COLR, ou "operadora do último recurso" em tradução livre). Significa que uma tele é designada para prover serviços de universalização em um local carente, onde não haja competição efetiva. A regra é utilizada para serviços de telefonia fixa nos Estados Unidos, mas o contexto utilizado por Rodrigo Abreu é de banda larga.
Outra ideia norte-americana citada pelo executivo é a implantação de um modelo de fundo como o Lifeline "com modelo de mais de US$ 88 bilhões por ano de estímulo", no qual os recursos são repassados para subsidiar implantação de banda larga e até para aquisição de equipamentos. A premissa é que, desta forma, e com liberdade para investimentos, a arrecadação resultante da expansão do acesso compense a destinação dos recursos públicos.
Na visão de Abreu, é necessário que o País tenha "vontade política" e política econômica para permitir que o Fust tenha esse papel, conforme previsto em projetos de lei da senadora Daniella Ribeiro (PL 172/2020 e PL 2.388/2020, com foco na pandemia). "Telecom é um setor indutor de investimento, crescimento, inclusão e desenvolvimento econômico, e pode seguir ajudando o País como um dos motores, mas precisa de atenção adequada aos principais temas", declarou.
Os crakudos já depredaram os orelhões, que acabaram. Este país é uma infelicidade. Ainda tenho cartão de telefone público que não serve pra mais nada. Nem museu quer. Essa Oi só dá prejuízo.
E como vai ficar sem a parte móvel que foi vendida? Quebra de vez imagino.