Para 63,5% dos brasileiros, mudança dos termos do WhatsApp foi injusta e confusa

O brasileiro achou as novas políticas de privacidade do WhatsApp injustas e confusas, de acordo com pesquisa online do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) divulgada nesta quinta, 22. Para 63,5% dos entrevistados, os termos descumprem a promessa da empresa de não compartilhar dados com o Facebook, além de não permitir a escolha do que se pretende dividir com a rede social. Mesmo o mecanismo de segurança do aplicativo, a criptografia ponta-a-ponta, é desacreditada por 48% que acreditam que o conteúdo será utilizado pelas empresas do Facebook de qualquer forma.

O levantamento, realizado entre os dias 8 e 21 de setembro, entrevistou 2.463 pessoas e aponta ainda que, para 25,7%, os termos são confusos. De acordo com o relatório "Consentimento Forçado?" do próprio Idec e que acompanha os resultados da pesquisa, isso "reforça a tese de que o WhatsApp não está sendo suficientemente transparente com relação ao uso dos dados de conexão, geolocalização, interação do usuário com outras pessoas e aparelho telefônico usado".

O relatório traz recomendações para empresas privadas de tecnologia que atuam no Brasil e defende a instauração de inquérito civil para averiguação de "violação de direitos coletivos". Pede ainda cooperação da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) com autoridades garantidoras de proteção de dados pessoais em países estrangeiros. Em comunicado, o advogado e pesquisador do instituto, Rafael Zanatta, afirma que não haveria apenas o compartilhamento de dados da agenda telefônica entre os dois serviços. "Há muito mais por trás da mudança dos termos de uso e o WhatsApp falhou em garantir o consentimento livre para todas essas escolhas, desrespeitando o Marco Civil da Internet", declara.

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