O resultado do leilão das sobras do SMP de Minas Gerais, segundo analistas ouvidos nesta quarta-feira, 22, por TELETIME News, foi igualmente desfavorável para todas as companhias que operam celulares em Minas. Isso porque a concorrência se acirrará na região, reduzindo o potencial de receitas e de lucratividade de todo o setor.
A análise mais corrente é de que o quadro levará o Opportunity a negociar com mais urgência a sua controlada Telemig Celular, que estaria por ser vendida, ainda este ano. Ou diretamente para a Vivo. Ou para a Brasil Telecom, para a venda posterior de toda a posição em telecomunicações. Essa leitura dos analistas ainda não contempla a decisão da Anatel em relação à presença da Previ no controle da Telemig Celular e da Amazônia Celular. Nesse caso, é mais provável que a Previ faça todo o esforço para manter posição nas duas teles, ainda que esteja em constante litígio com o Opportunity, do que tome providências para manter sua participação no grupo La Fonte, por onde participa indiretamente da Oi.
Concorrência certa
O mais óbvio é que a entrada da Claro na maior parte do Estado de Minas (menos no Triângulo Mineiro) deve ampliar consideravelmente a concorrência na região, que já conta também com a forte presença da Oi, da TIM e da Telemig Celular. A resposta dos investidores a essa evidência foi a queda de valor das ações da TMCP (-3,19%) e TMAR (- 3,74%) na Bolsa de Valores de São Paulo. Mas está também ficando claro que uma das companhias que tem mais a perder é a Telemig Celular, com cerca de metade do mercado no momento. As razões são as seguintes:
1) Ao contrário da Oi, em acelerado avanço em Minas, a Telemig não tem consigo uma operadora de telefonia fixa e de longa distância para obter ganhos sinérgicos em interconexões e marketing. Também não tem o nível de penetração das redes Claro e TIM.
2) Atrasada na troca de tecnologia, a operadora chegará ao fim do ano com seus defasados aparelhos TDMA contra atraentes ofertas dos pequenos e mais modernos handsets GSM da concorrência. No ritmo atual, terá menos fôlego competitivo no Natal e chegaria enfraquecida no maior evento de vendas seguinte, o Dia das Mães, em maio de 2005.