O desempenho futuro de telecomunicações nas bolsas não tem entusiasmado nem mesmo alguns dos mais destacados analistas do setor. Não exatamente pelos números dos próximos balanços ou riscos regulatórios. ?A questão é a extrema dificuldade de convencer os investidores de que não continuarão perdendo no processo de consolidação dos principais grupos?, disse a TELETIME News um analista-chefe de uma das corretoras mais atuantes em telecomunicação. Note que apesar de não haver qualquer desastre econômico ou financeiro à vista, o Índice de Telecomunicações (ITEL) nunca alcança o Ibovespa. No mês de setembro, enquanto o Ibovespa subiu 1,43%, o ITEL caiu 0,48%. No ano, o Ibovespa acumula alta de 3,9% enquanto o ITEL amarga desvalorização de 4,5%.
Situação não é má
De fato, ainda que não haja exatamente entusiasmo com os próximos balanços, a situação não é ruim. No caso da telefonia fixa, não melhora a expansão das linhas, mas há ganhos de curto e médio prazo derivados do aumento de tarifas. E há ganhos financeiros derivados da apreciação do real, que produz uma imediata redução das dívidas em moeda estrangeira.
1) Incertezas sobre as consolidações: no momento, ainda estão em aberto os processos da Vivo, da TIM e não se tem clareza sobre a estratégia da Telemig Celular, da Tele Norte Celular e da Brasil Telecom. Também não se sabe como a Telmex atuará no Brasil em relação à Embratel. Há quem cite, por exemplo, como hipótese, a possibilidade de aquisição dos ativos da Claro pela Embratel.
2) O histórico da sorte dos acionistas minoritários não tem sido bom.
3) Incertezas sobre o impacto das novas tecnologias sobre o setor, especialmente VoIP.
A conseqüência dessa falta de entusiasmo, segundo esses analistas, é a crescente redução da participação de empresas de telecomunicações nas carteiras teóricas das corretoras. O que pode resultar, futuramente, em queda de liquidez.