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Sindisat defende harmonização e protesta contra atribuição da faixa de 28 GHz para 5G

A tentativa de desviar o que foi acordado na última Conferência Mundial de Radiocomunicações em 2015 (CMR-15 – ou WRC-15, na sigla em inglês) e submeter a faixa de 28 GHz para o futuro padrão 5G será danosa ao ecossistema e ao mercado em geral. A avaliação é do Sindicato Nacional de Empresas de Telecomunicações por Satélite (Sindisat) e diz respeito às iniciativas de países como Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão de utilizar a faixa de 28 GHz para a quinta geração. “A tentativa de desviar da decisão da CMR-15 apenas leva à fragmentação de espectro e dificulta, gera incertezas”, declara a diretora do Sindisat, Michele Caldeiras.

A posição está alinhada com a da Anatel, que já havia descartado o uso da frequência para redes móveis, deixando-a para a banda Ka. Mais recentemente, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações sinalizou que não deverá haver de problemas de harmonização, embora cite a própria faixa de 28 GHz como uma das indicadas. Mas o fato é que o próprio governo norte-americano já destinou blocos de 27,5 GHz a 28,35 GHz para a 5G, ou como também é chamada a tecnologia, IMT-2020. Caldeiras afirma que não há preocupação para a aplicação desse espectro no Brasil, uma vez que a Anatel e o governo têm posição consistente com o serviço de satélite, até pelo lançamento recente do SGDC, que opera na banda Ka nas faixas de 27 GHz a 30 GHz.

Ela avalia que a situação dos Estados Unidos é particular, uma vez que lá o satélite está atribuído em caráter secundário, ao contrário do Brasil, onde se atribui o satélite em caráter primário. “É uma situação deles, não devem promover isso para o resto do mundo”, diz. Ressalta ainda que durante a conferência da União Internacional de Telecomunicações (UIT) em 2015, a banda de 28 GHz sequer entrou como candidata nos grupos de estudo para o IMT-2020. “A gente questiona: então para que termos a conferência mundial? Passamos um mês em Genebra para tomar decisão como essa e um país vem e impõe sua decisão? Não é bem assim.”

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Como alternativa, a diretora do Sindisat sugere a faixa de 32 GHz para a 5G. “A gente defende porque acredita que as características técnicas são similares à faixa de 28 GHz, não teria prejuízo”, diz, citando ampla largura de banda e ausência de outros serviços operando na frequência.

Michele Caldeiras também se questiona se a demanda por capacidade de espectro não estaria “superestimada”. Ela avalia que, como as conferências da UIT são demoradas (acontecem a cada quatro anos), as operadoras móveis “antecipam querer espectro”. “Na realidade, se for perguntar, o tráfego móvel é escoado muito mais por Wi-Fi”, diz. Segundo dados do último Cisco VNI, até 2021 haverá uma distribuição menos heterogênea nas redes de acesso à Internet, mas a conexão Wi-Fi continuará a ser a grande maioria do escoamento do tráfego.

A representante do sindicato das operadoras de satélite defende ainda o papel da tecnologia no futuro padrão móvel. “Quando a gente fala de 5G, é híbrida, é a rede das redes, terá experiência e transparência, e o satélite vai complementar. Não vai substituir a tecnologia terrestre, mas vai precisar”, declara, citando usos como conexão em aeronaves e em transporte marítimo. Vale lembrar que o Sindisat recentemente assinou acordo com o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) para desenvolver pesquisas sobre o desempenho do uso de satélite como backhaul para a futura rede 5G.

Evento

Nos dias 31 de agosto e 1 de setembro, TELETIME e a Glasberg Comunicações organizam no Rio de Janeiro o Congresso Latinoamericano de Satélites. Um dos temas em debate no evento é a estratégia das empresas para explorarem o mercado de banda Ka no Brasil. O evento tratará ainda do mercado de DTH (com presenças da Sky, Claro TV e Oi TV), do mercado de Internet das Coisas, Comunicações Embarcadas e com a apresentação regulatória do presidente da Anatel, Juarez Quadros. Mais informações sobre o evento pelo site www.satelitesbrasil.com.

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