Ancine coloca em consulta metas e diretrizes para mercado audiovisual

A Ancine colocou em consulta pública nesta quarta, dia 22 de agosto, até o dia 22 de dezembro, o documento "Plano de Diretrizes e Metas para o Audiovisual". Como o próprio nome do documento diz, trata-se de um conjunto de objetivos traçados e que nortearão as políticas e ações regulatórias para o setor audiovisual até 2020. O documento foi aprovado pelo Conselho Superior de Cinema no começo do mês. O CSC é a quem cabe passar as diretrizes políticas do trabalho da Ancine, ainda que o documento tenha sido elaborado pela própria agência.

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O plano trás um amplo diagnóstico do mercado audiovisual atual, com dados e análises sobre a realidade dos diferentes segmentos, e uma grande quantidade de planilhas com projeções numéricas sobre como o mercado deverá estar até 2020. Mas como o próprio Plano de Metas coloca em sua introdução, ele não "pretende prever o futuro", tampouco deve ser confundido com "um plano de ação ou uma agenda de compromissos dos agentes públicos responsáveis pelas políticas audiovisuais". Trata-se, ainda nas palavras do próprio documento, de uma "referência e orientação para esses planos" estabelecendo "responsabilidades para todos os agentes econômicos."

As metas estabelecidas valem para diferentes setores. Veja uma seleção de algumas das metas mais relevantes:


TV por assinatura

  • Passar de seis programadoras nacionais hoje para 20 em 2020.
  • Ampliar de 16 canais brasileiros de espaço qualificado para 30 em 2015 e 50 em 2020. Isso significaria passar de 9,4% do total de canais para 14,3%.
  • Passar de 4 para 20 o total de empresas brasileiras organizadoras de conteúdos em VOD.
  • Chegar em 2020 a 7.080 obras seriadas brasileiras independentes produzidos para televisão, veiculadas nos canais brasileiros de espaço qualificado, totalizando 115.050 horas ao ano.
  • Ao todo, a meta é ter 202.666 horas ao ano de conteúdo nacional independente na forma de obras seriadas nos canais comerciais de TV paga até 2020, o que equivale a 7,2% do tempo total.
  • Para canais de espaço qualificado que não sejam brasileiros, a quantidade de obras brasileiras independentes projetadas para 2020 é de 12.472, totalizando 87,6 mil horas por ano.
  • Chegar em 2020 a 41,3% de participação das obras brasileiras independentes nas grades de programação
  • A Ancine projeta ainda que em 2020 o mercado terá pelo menos 100 municípios em que existam mais de três distribuidoras de TV por assinatura não coligadas entre si. Hoje, nas contas da Ancine, são apenas 6 cidades nessa condição.

TV aberta

  • A Ancine projeta que a TV aberta terá, em 2020, cerca de 450 filmes brasileiros independentes exibidos ao ano, contra 230 hoje. Isso daria cerca de 8,5% do tempo total destinado a filmes na TV aberta voltado a filmes nacionais.
  • Nos canais públicos de TV aberta, seriam 300 filmes nacionais independentes exibidos ao ano, contra 153 registrados em 2010.
  • Segundo o planejamento de metas e diretrizes da Ancine,  o objetivo é ter na TV aberta comercial 6.132 horas ao ano de conteúdos de produção independente, ou 6,5% do tempo total de programação. Somam-se a isso mais  2.628 horas por ano de produção independente nos canais públicos . Ao todo, o percentual de programação independente seria, nas projeções da Ancine, de 13,9%.

Produção independente

  • Além das metas numéricas em relação às horas de produção independente, a Ancine projeta em 25 o número de produtoras independentes que lançarão mais de três filmes ao ano, contra 12 em 2010.
  • Em relação às produtoras independentes com obras distribuídas em TV, a Ancine projeta em 60 empresas atuando no mercado em 2020 e que consigam emplacar pelo menos três obras, com pelo menos 150 minutos.
  • Em 2020, 20 produtoras faturarão mais de R$ 10 milhões ao ano com licenciamento de produções independentes, nas projeções da Ancine.
  • Em 2020, serão produzidas no Brasil 4.194 horas de produção independente para TV ao ano, ou 6.452 obras.

Receitas

  • Até 2020, a Ancine projeta que as programadoras de TV paga e emissoras de TV investirão ao ano cercas de R$ 1,283 bilhão em produção independente, o que equivale a 45% do orçamento dessas obras.
  • As obras audiovisuais brasileiras gerarão R$ 100 milhões em exportações até 2020, no planejamento da Ancine. Mas o mercado deve receber cerca de R$ 1,2 bilhão ao ano em produções estrangeiras no país.

Cinema nacional

  • A Ancine projeta que em 2020 será possível ter 30% das receitas com venda de bilheteria em filmes nacionais. Hoje, esse percentual é de menos de 18%. Isso daria, em 2020, uma renda bruta de R$ 970 milhões para filmes nacionais, ou 32% dos ingressos vendidos.
  • Já as distribuidoras brasileiras teriam 48,6% das receitas de bilheteria, contra quase 28% registrados em 2010.
  • A meta para 2020 é ter cerca de 170 filmes brasileiros ao ano nos cinemas, contra cerca de 75 em 2010. Desses lançamentos, 20 ultrapassariam a casa dos 500 mil ingressos.

Salas de cinema

  • Ampliar a quantidade de salas comerciais de 2.206 em 2010 para 3.250 em 2015 e  4.500 em 2020.
  • Passar os investimentos na ampliação de salas de R$206 milhões em 2010 para R$423 milhões em 2015 e R$514 milhões em 2020
  • Chegar a 78,5% o total de municípios com sala de cinema em 2020.
  • Passar o total de ingressos vendidos ao ano de 134,8 milhões registrados em
  • 2010 para 175 milhões em 2015 e 220 milhões em 2020.
  • Ampliar a receita de bilheteria de R$1,260 bilhão em 2010 para R$2,117 bilhões em 2015 e R$3,238 bilhões em 2020.
  • Passar de um para oito a quantidade de grupos exibidores com mais de  100 salas em 2020.
  • Chegar a 500 salas itinerantes e 300 cinemas públicos em 2020.

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