A conectividade de qualidade é um dos principais motores da transformação digital no Brasil. Conexões inclusivas mais amplas e uma participação governamental ativa são fundamentais para o desenvolvimento sustentável na América Latina. Mas estes fatores sozinhos não bastam. Durante o Huawei Cloud Compass 2024, que ocorreu na China entre 13 e 17 de maio, empresas de diferentes mercados tiveram a oportunidade de conhecer de forma massiva tecnologias como internet das coisas (IoT) e, principalmente, a computação em nuvem, são fundamentais para que empresas de diferentes segmentos possam avançar em suas jornadas de transformação digital, permitindo que mais pessoas aproveitem os benefícios que as novas tecnologias e essa mudança de mentalidade podem promover.
No evento, que teve "Potencialize o novo crescimento, reimagine novas possibilidades" como tema, cerca de 200 executivos de empresas de tecnologia da China e da América Latina se reuniram para debater o papel da inovação em nuvem na transformação digital das indústrias, particularmente os objetivos do mercado da mídia tradicional na América Latina.
A ocasião teve como objetivo apresentar novas experiências de serviço e novos modelos de negócios criados com a nuvem, bem como compartilhar práticas inovadoras nos setores de mídia, finanças, governo, comércio eletrônico, entre outros. Keynotes sobre negócios e liderança na tecnologia foram alguns dos conteúdos focais no Huawei Cloud Compass 2024, assim como o tema do segundo dia, "Como alcançar sucesso através de arquitetura de alvo industrial", que contou com discussões em mesa redonda separadas por indústria.
O compromisso da Huawei em apoiar empresas locais em suas transformações digitais, seus esforços para manter seus serviços em nuvem estáveis, confiáveis e seguros, resolução de problemas com arquiteturas inovadoras e a importância de parcerias internacionais para o desenvolvimento tecnológico foram os principais assuntos abordados por executivos da Huawei Cloud de diferentes países da América Latina.
O desenvolvimento do 5G e da computação em nuvem está em um momento crucial no Brasil, principalmente devido ao avanço da nova geração de internet móvel no processo produtivo e à expansão da tecnologia na indústria. Por isso, será necessário um mercado aberto, justo e cooperativo, facilitando a construção de infraestruturas digitais, essenciais para as aplicações do futuro. Já é possível observar o resultado desse processo, quando bem sucedido, ao redor do mundo. Em mercados como o da China, graças ao rápido desenvolvimento do 5G, milhares de inovações industriais foram implementadas e trazem valor real, tais como veículos logísticos não tripulados, telemedicina e educação inteligente.
Durante o evento, as empresas apresentaram aplicações da nuvem em diferentes mercados, onde foi possível observar diversos casos aplicados e novas tendências.
Um bom exemplo de aplicação da computação em nuvem está no Aeroporto Internacional de Shenzhen, na China, que tinha como objetivo ser seguro, inteligente, ecológico e receptivo para os passageiros. Em setembro de 2017, o aeroporto assinou um memorando de entendimento com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) para aderir à iniciativa Nova Experiência em Viagens e Tecnologias (NEXTT). O resultado da parceria já pôde ser observado no ano seguinte, com menos atrasos nas viagens e uma melhor experiência devido à tecnologia inteligente baseada no autoatendimento imperceptível de todo o processo.
Os passageiros podem usar aplicativos, como o WeChat, para fazer check-in online. O aeroporto também lançou serviços inteligentes, como entrega de bagagem por autoatendimento, rastreamento de bagagem via identificação por radiofrequência (RFID) e embarque por autoatendimento.
A nuvem também vem impactando as atividades diárias, e não somente as grandes operações. Um exemplo disso são os carros autônomos, que estão cada vez mais populares ao redor do mundo. Também em Shenzhen, uma startup oferece o serviço de operação de cobrança comercial de táxi sem motoristas. Os usuários podem selecionar quase 500 estações para embarcar e desembarcar por meio de um aplicativo de táxi inteligente.
O shopping Uniwalk, em Shenzhen, também é outro exemplo de transformação digital. Utilizando drones (veículos aéreos não tripulados), alguns restaurantes são capazes de enviar os pedidos de um prédio localizado próximo ao shopping em menos de cinco minutos após a embalagem. Isso só é possível devido à combinação de tecnologias como 5G, internet das coisas e computação em nuvem.
Para que o Brasil chegue nesse nível de maturidade digital, os reguladores governamentais também devem desempenhar um papel fundamental na promoção da inovação científica e tecnológica e no desenvolvimento da economia digital. Por exemplo, os departamentos governamentais podem formular estratégias digitais de médio e longo prazo, alinhadas ao próprio desenvolvimento nacional, e introduzir políticas de incentivo à inovação e à pesquisa tecnológica, para que o mercado possa desempenhar um papel decisivo na alocação de recursos financeiros.
Assim como a China e demais países focados em inovação, o Brasil tem potencial para alavancar digitalmente a sua indústria. Veículos autônomos, aeroportos conectados e indústrias 4.0 só se tornarão possíveis com conectividade e tecnologias de ponta. E isso tudo promoverá um Brasil mais competitivo e próspero. Para isso, a nuvem, que já é uma realidade no Brasil e no mundo, será cada vez mais fundamental.
*-Sobre o Autor: Yang Hua é presidente da Huawei Cloud no Brasil. As opiniões expressas nesse artigo não necessariamente refletem o ponto de vista de TELETIME.