Estudo conclui que 5G interfere em parabólicas. Relatório será discutido dias 29 e 30

Uma das questões mais importantes para a futura licitação de espectro para 5G começa a ser definida na próxima semana. O Comitê de Espectro e Órbita da Anatel se reunirá para avaliar os resultados dos testes de interferências conduzidos pela agência em relação às transmissões em tecnologias IMT-2020 (LTE e 5GNR) na faixa de 3,5 GHz, especificamente a interferências nos serviços de transmissão via satélite (TVRO) em banda C, que hoje atendem a cerca de 15 milhões a 18 milhões de residências, segundo estimativas com base nos dados da PNAD de 2018. O que os testes mostraram é o que já se sabia de experiências anteriores: há interferências.

A ideia das reuniões, que acontecem dias 29, 30 e 31, é apenas avaliar os aspectos técnicos dos estudos e produzir o relatório final do comitê sobre o tema. Ao convocar os participantes da reunião, a Anatel deixa claro que não irá discutir soluções, políticas públicas nem o encaminhamento a ser dado no edital.

Mas, obviamente, todo o mercado olha com atenção para os testes porque certamente o relatório sobre interferências é que determinará as condições de venda da faixa de 3,5 GHz. A faixa é considerada, num primeiro momento, a mais importante do leilão de 5G.

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As experimentações feitas pela agência no Centro de Referência Tecnológica da Claro, no Rio de Janeiro (CRT) avaliaram as transmissões de 4G e 5G a partir das faixas de 3,4 GHz até a faixa de 3,6 GHz, considerando o impacto nos serviços de TVRO feitos nas faixas de 3,6 GHz a 4,2 GHz (banda C do satélite). A Anatel, posteriormente, definiu que o leilão da faixa de 5G incluirá também as faixas de 3,3 GHz, que não foi testada. A Anatel testou diferentes configurações de diâmetro de antenas de recepção tipicamente encontradas em instalações de TVRO (de 1,5 m a 2,4 m de diâmetro), diferentes modelos de LNB (equipamento da antena parabólica responsável pela captação eletrônica dos sinais), potências diferentes de transmissão dos sinais de 5G em diferentes faixas de frequência, e acompanhou o desempenho dos canais sendo transmitidos pela banda C em diferentes situações, com as transmissões analógicas ou digitais no satélite.

Com a certeza de que a interferência precisa ser mitigada, a Anatel terá mais clareza sobre como encaminhar uma modelagem de limpeza da faixa na licitação. Situação semelhante foi vivida pela agência antes do leilão de 700 MHz, quando havia indícios de que poderia haver interferências com o LTE, mas que acabaram se mostrando na prática bem menos significativas e mais simples de serem mitigadas. No caso da faixa de 3,5 GHz, os estudos condizidos pela Anatel mostram um problema bem mais presente de interferência (seja por saturação, intermodulação e até mesmo superposição de sinais) e é apontada de fato a necessidade de filtros, redução de potência e outras soluções de mitigação, segundo apurou este noticiário.

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