8K é evolução natural da radiodifusão, diz Globo

Após realizar testes de captação e reprodução de conteúdo em UHDTV (Ultra High Definition Television), tecnologia conhecida como 8K, no carnaval e na Copa das Confederações em parceria com a NHK, TV pública do Japão, a rede Globo acredita que a tecnologia representa a evolução natural da radiodifusão, tendo como base o planejamento da emissora asiática. A NHK prevê realizar as primeiras transmissões via satélite em UHD em 2016. A meta é que as transmissões sejam feitas por via terrestre no país de forma universal, aberta e gratuita em 2020.

Notícias relacionadas
O UHD entrega resolução 16 vezes maior que o Full HD e trabalha com 22.2 canais de áudio, oferecendo maior sensação de imersão para o telespectador. Além disso, permite que o usuário fique mais próximo do televisor. Em uma televisão HD, é recomendado que o telespectador fique a uma distância equivalente a três vezes o tamanho do televisor, enquanto na tecnologia UHD essa distância pode ser reduzida para 0,75 vezes o tamanho do aparelho.

De acordo com o diretor de engenharia de entretenimento da TV Globo, Raymundo Barros, a tecnologia 8K seria a evolução natural da radiodifusão, com o 4K servindo como um estágio intermediário no processo. "Para a radiodifusão, pelo que vemos da experiência japonesa, o esforço é pela implementação do 8K. Não me parece que o 4K seja uma meta para a radiodifusão. Lá no Japão a meta é 8K para todas as residências em 2020".

A sensação de imersão oferecida pelo 8K poderia substituir o 3D nas residências. De acordo com Barros, a necessidade de usar óculos causa desconforto ao telespectador. "O que se vê no Japão é que a sensação de imersão é tão grande, e é possível estar tão perto da televisão, que pode não ser necessário usar o 3D. Mas pode ser que tenhamos 8K 3D um dia, no fim tudo se resume à questão dos óculos. No cinema, foi uma experiência bem sucedida porque o consumidor vai lá disposto a usar os óculos, mas nas casas isso parece causar desconforto no usuário".

A emissora já usa arquivos 8K para compor efeitos visuais nas suas produções. No caso da novela "Amor à Vida", por exemplo, o hospital cinematográfico localizado no Rio de Janeiro é inserido no ambiente da cidade de São Paulo com uso de computação gráfica e painéis de chroma key. As imagens de fundo usadas nessa composição foram captadas em 8K.

"São muitos desafios para a implementação do 8K. O volume de dados gerados por esses efeitos, por exemplo, é de 30 terabytes. Em relação à infraestrutura, temos centenas quilômetros de cabos coaxiais de cobre que usamos para transmissão de dados no Projac. Com o 8K, nada disso vai servir, será necessário usar fibra", diz Raymundo.

Espectro

De acordo com Barros, a disputa entre emissoras de TV e operadoras de telefonia por faixas de espectro é o principal obstáculo para apresentar um cronograma preciso para a implementação da tecnologia no Brasil. "Com a tecnologia que temos hoje, para evoluir o serviço de TV aberta e gratuita para além do HD é preciso mais espectro. Essa é uma discussão que está em debate na sociedade civil", diz. "Todo mundo precisa de espectro. E outros setores estão demandando o espaço da TV. Acontece que a TV tem suas próprias demandas para poder evoluir", conclui.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!