Oi conta com código 10 para cumprir metas comerciais

A recém concluída consulta pública sobre a implantação de um novo código de área em São Paulo, sobreposto ao atual DDD 11, chamou atenção pelas críticas quase generalizadas das empresas e entidades civis sobre a viabilidade de execução do projeto em um curto período que pretende a Anatel. Mas uma contribuição em especial destacou-se das demais, exatamente por ser a única a defender completamente a ideia da agência reguladora, inclusive o prazo exíguo sugerido pelos técnicos para a implantação do DDD 10. A declaração foi feita pela Oi, que já vinha destoando das demais empresas nas audiências públicas realizadas sobre o assunto.
Após elogiar a iniciativa da Anatel, a operadora "alerta" a agência sobre as "implicações negativas de um eventual não cumprimento do prazo inicialmente proposto" para a implantação do código 10. Mas quem pensa que os problemas de uma possível ampliação de prazo seriam sobre todo o setor, engana-se. A principal "implicação negativa" descrita pelos representantes da empresa seria sobre os negócios da própria Oi.
"Na ausência de outras alternativas, um eventual adiamento do prazo previsto pela CP (consulta pública), inviabilizaria o cumprimento das metas de comercialização no estado da Oi, frustrando as expectativas e necessidades da população e debilitando gravemente a dinâmica competitiva nesta região", afirmam os representantes da empresa. De fato, a Oi é potencialmente a mais afetada por uma escassez de códigos numéricos, pois é a entrante no mercado paulistano. Isso acontece porque a operadora é "entrante" em São Paulo, ou seja, está à mercê da captura de clientes de outras operadoras para aumentar sua carteira de assinantes.

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Sem uma base de clientes já consolidada, a Oi possui, em tese, um churn (índice de troca de operadora) menor do que o de suas concorrentes, reduzindo o saldo de números reutilizáveis por terem sido devolvidos pelos clientes. Assim, sem dúvida a liberação de uma nova série de combinações numéricas beneficia a Oi de forma mais contundente do que outras empresas, apesar de a escassez de números atingir todas elas.
Mesmo com a defesa franca à proposta da Anatel de sobreposição de códigos de área, a contribuição da Oi sugere que mesmo a operadora tem dúvidas sobre eventuais impactos medida sobre o mercado e os consumidores e se, realmente, essa é a melhor saída para a ampliação dos números. A empresa sugere que a agência reguladora crie um "grupo permanente de trabalho" envolvendo operadoras e técnicos da Anatel, "já pensando em futuras propostas sobre o tema e visando mitigar os impactos das alterações propostas para todo o mercado e principalmente aos usuários dos serviços".
A Anatel, em princípio, fixou em 31 de outubro deste ano o prazo para a implantação do código 10 sobreposto ao DDD 11 na região metropolitana de São Paulo. Mas a maioria das empresas insiste que o prazo proposto é inviável.

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