A Comissão Europeia e a comunidade de TICs do continente lançaram uma iniciativa de 900 milhões de euros para desenvolver a tecnologia 6G. A iniciativa divulgada nesta terça-feira, 22, é um compromisso conjunto (joint undertaking) em redes e serviços inteligentes (sigla SNS), com atenção especial a "valores europeus" em privacidade, segurança e soberania tecnológica.
A parceria vai "definir e implantar um cronograma para pesquisa, inovação e instalação para permitir à Europa tomar papel de liderança na criação da próxima geração de tecnologias de redes e serviços inteligentes que serão chamadas de 6G". Essa parceria inclui também serviços para administrações públicas e indústrias.
Com isso, a Comissão Europeia colocou metas para trazer impactos "notáveis" na economia de dados da Europa até 2030"
- Impulsionar a soberania tecnológica da Europa no 6G ao implantar programa de P&D para levar à concepção e padronização "por volta de 2025", além de prover soluções para "necessidades e valores da sociedade europeia" e preparar adoção de mercado para tecnologias 6G até o fim da década;
- Mobilizar uma cadeia abrangente de atores para endereçar áreas estratégicas de redes e serviços de cadeia de valor para serviços edge e cloud, com "novas oportunidades de mercado em novos componentes e dispositivos além dos smartphones";
- Acelerar a implantação do 5G na região para desenvolver mercados digitais e permitir uma transição "verde e digital" da economia e sociedade.
Neste último caso, a iniciativa pretende coordenar diretrizes estratégicas para programas relevantes dentro de outros projetos, como a linha de crédito Connecting Europe Facility e demais políticas públicas da Europa. As primeiras chamadas para propostas deverão acontecer ainda este ano, com os primeiros projetos começando ao longo de 2022.
A Europa não é a única interessada em adiantar a corrida pelo 6G. Os Estados Unidos e o Reino Unido (agora que não é mais parte da União Europeia) também perseguem a utilização dessa tecnologia, e com o mesmo propósito: tentar liderar a economia digital promovida com a chegada da próxima geração de redes móveis. Nas entrelinhas, o que se tenta também é promover uma agenda contra a China, tanto em domínio tecnológico quanto em relação ao mercado de telecomunicações. Não à toa, essa iniciativa da Comissão fala em "valores" e "soberania"