As operadoras móveis estão encontrando nos cabos de radiofrequência de alumínio uma boa solução para driblar a crise global da indústria do cobre. Com a escassez e a consequente alta do preço do cobre no mercado internacional, que nos últimos quatro anos saiu de US$ 5 mil para US$ 9 mil por tonelada, o condutor externo desses cabos, que era 100% composto de cobre, agora é desenvolvido com uma liga especial de alumínio de alto desempenho. "O condutor interno ainda possui e sempre terá cobre, mas é em uma proporção muito menor. Na composição geral do cabo, tem em torno de 10%, contra 80% de alumínio e 10% de plástico", explica Sergio Massao Katsuda, gerente de produtos da RFS, um dos principais fabricantes do cabo.
Segundo ele, o cobre ainda é o metal mais utilizado nas telecomunicações e, devido à previsão de falta do minério nos próximos anos – principalmente por conta do alto consumo da China e da Rússia – é preciso substituí-lo onde for possível.
O executivo garante que o custo do alumínio é bem menor do que o do cobre, cerca de US$ 2 mil a US$ 3 mil por tonelada, e que a tendência é de estabilidade, graças à oferta abundante. "Uma das maiores mineradoras do mundo está no nosso País (Alcoa) e também temos outras gigantescas no Oriente Médio e nos Estados Unidos", destaca. "O custo de um cabo de alumínio é 20% menor do que o de cobre; além do mais, o alumínio é 48% mais leve, não é visado por ladrões e possui um desempenho de radiofrequência similar", compara.
Por este motivo, diz Katsuda, as operadoras móveis estão preferindo a instalação de cabos de alumínio entre a base e o topo de suas antenas. "Das cerca de 90 mil estações radiobase (ERBs) do País, 70 mil dispõem de cabos de radiofrequência de alumínio. Só no ano passado foram 20 mil ERBs. E esse número vai aumentar muito ainda, por conta da Copa do Mundo e Olimpíadas", prevê.