A finlandesa Nokia anunciou nesta quinta-feira, 22, que não levará adiante a joint venture com a Sanyo ? anunciada em fevereiro ? para produzir celulares CDMA e, além disso, interromperá a produção de handsets com essa tecnologia cujo mercado, na avaliação da Nokia, deve se retrair no longo prazo.
Em comunicado à imprensa, a Nokia diz que interromperá o desenvolvimento e a fabricação de aparelhos até abril do próximo ano, numa reestruturação que deve custar cerca de 150 milhões de euros ao longo do terceiro trimestre deste ano, esperando que isso se transforme em melhores resultados para suas margens operacionais.
Para atender aos mercados considerados rentáveis, especialmente o norte-americano, a companhia firmou um acordo de terceirização da fabricação dos aparelhos com a sul coreana Pantech, no valor estimado de US$ 129 milhões. Bruno Lee, diretor de vendas e marketing da Pantech no Brasil, diz que serão dois modelos de alta gama produzidos pela Pantech com a marca Nokia. ?Ela (Nokia) poderá comercializar os aparelhos onde achar conveniente. Mas precisará negociar com a Vivo, porque são modelos novos?, diz.
Qualcomm
As ações da Qualcomm, que detém a patente da tecnologia CDMA, já sofreram impacto com a decisão da Nokia: depreciaram-se em 4% na bolsa de Nova York. Mas a Qualcomm diz enxergar um lado positivo. Diz que a Nokia era uma das únicas companhias que produzia os chipsets CDMA sem comprá-los da Qualcomm. Com essa notícia, a Qualcomm passa a quase 100% do mercado de chips CDMA. Mesmo produzindo os chipsets, a Nokia tem de pagar os royalties à Qualcomm pela utilização do CDMA. Valerijonas Jr., diretor da Qualcomm, sugere que a decisão da Nokia nada tem a ver com as ações judicias que as empresas movem entre si sobre quebra de patentes.
O padrão CDMA é utilizado por cerca de 30% dos assinantes mundiais de telefonia móvel. Enquanto o GSM é usado por 70% do mercado, com cerca de 2 bilhões de usuários de telefones celulares no mundo.