Nio aposta em preços fixos até 2028 e prepara fim da marca Oi Fibra

Marcio Fabbris, da Nio

Operadora de banda larga que nasceu da aquisição da antiga Oi Fibra pela V.tal, a Nio apresentou nesta quinta-feira, 22, um novo portfólio de pacotes de Internet que tem como destaque a aposta em preços fixos até janeiro de 2028.

A estratégia foi revelada em evento no escritório da Nio em São Paulo, que marcou o lançamento comercial da nova identidade. "A gente já nasce grande, com cerca de 4 milhões de clientes. É o nascimento de uma nova marca, algo que não acontecia com essa escala há bastante tempo no Brasil", afirmou o CEO da Nio, Marcio Fabbris.

Na prática, clientes da antiga Oi Fibra devem receber a partir de agora faturas com a nova marca. Novos canais de atendimento com a identidade da Nio também foram lançados, devendo conviver com os que possuem a marca Oi até meados de agosto, quando os canais da Oi Fibra serão finalmente descontinuados.

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No plano comercial, a aposta da empresa passa pela simplificação de produtos: em vez da estrutura anterior, com sete planos distintos, a Nio terá portfólio com apenas três planos. Um dos incentivos para a migração de clientes será o congelamento de preços do novo portfólio até janeiro de 2028.

"Fizemos algumas escutas com clientes e um dos temas que mais causam insatisfação são os reajustes anuais de preço que as operadoras fazem, repassando a inflação e em alguns casos até aumentando mais do que isso", afirmou Fabbris. Segundo ele, a estratégia terá apelo especial em momento de pressão inflacionária atravessado pelo País.

O plano de entrada da Nio (de 500 Mbps) terá preço de R$ 100, considerado o patamar mínimo para garantia de rentabilidade. A oferta intermediária sai a R$ 130, com 700 Mbps e roteador Wi-Fi 6 – sendo a aposta da empresa para um maior volume de vendas. Já o pacote premium custa R$ 160, com 1 Gbps de velocidade, Wi-Fi 6 e ponto adicional mesh.

Inadimplência

A migração de clientes atuais para as ofertas será incentivada, mas não obrigatória, embora a empresa acredite que os benefícios devem motivar a adoção do novo portfólio. Segundo Fabbris, o objetivo da Nio será o crescimento orgânico e a redução da saída de clientes (churn), que vem afetando a base da antiga Oi Fibra.

O CEO relata que essa evasão tem sido sobretudo involuntária, motivada pela inadimplência, ao passo que o churn voluntário seria "bem baixo". Neste sentido, a empresa relata não ter planos de fazer uma limpeza de base de assinantes, mas sim apostar em medidas – como negociações e parcelamentos – que reduzam a inadimplência.

A Nio também aposta em mudanças no atendimento ao cliente, com foco na  digitalização. Isso envolve o lançamento de novo app que integra diversas funcionalidades antes dispersas, de bots no WhatsApp e também um aumento de 12% no número de atendentes, ocorrido desde o fechamento da compra da antiga unidade da Oi.

Segundo Fabbris, a estratégia de preços fixos também deve ter impactos positivos no atendimento, ao reduzir o "atrito" gerado por assinantes que questionam aumentos de mensalidades ou que ameaçam cancelar serviços após reajustes.

Campanha

A Nio também prepara para junho uma grande campanha publicitária de lançamento, apontou o diretor de Marca e Comunicação da operadora, Bruno Chamas.

O movimento vai contemplar canais digitais, TV aberta, mídia exterior (OOH) e ações de trade nas principais cidades onde a empresa tem presença. Serão mais de 3 mil pontos de mídia entre elevadores, bancas de jornal, outdoors, pontos de ônibus e relógios de rua.

Vale notar que a Nio nasce como terceira maior operadora de banda larga do País, sendo a segunda se considerada apenas a tecnologia de fibra óptica. A empresa tem presença em cerca de 320 cidades e é líder de mercado em 14 estados, além do Distrito Federal, operando a partir da rede neutra da controladora V.tal.

No momento, algo que não está no radar de curto prazo da operadora é crescer em São Paulo, onde a Nio atua de forma pontual em algumas cidades. Já a aposta na telefonia móvel a partir de um modelo de operador virtual (MVNO) é um dos planos no radar, aponta Fabbris.

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