Oi deve investir quase R$ 5 bilhões em fibra em 2020

Fachada da Oi no Rio de Janeiro. Foto: Divulgação

Elemento central do plano estratégico da Oi, o investimento em fibra ótica deve representar mais de 50% do capex da operadora ao longo de 2020, totalizando quase R$ 5 bilhões. A afirmação foi feita pelo CEO da Oi, Rodrigo Abreu, durante evento online realizado pela Aliança Conecta Brasil F4 nesta sexta-feira, 22.

"Estamos investindo de maneira muito significativa e no ano passado, chegamos perto de R$ 8 bilhões, sendo mais de R$ 3 bilhões em fibra ótica. Neste ano serão mais de R$ 4 bilhões, quase R$ 5 bilhões, com mais de 50% dos investimentos na expansão da banda larga em fibra", revelou Abreu, na ocasião. No ano passado, a fibra representou 39% do montante total.

Segundo o executivo, a estratégia de expansão representaria o maior projeto de FTTH (fibra até a residência) em andamento no mundo, quando excetuado o mercado chinês. Atualmente, a companhia tem trabalhado com um ritmo de 100 mil novas homes-passed (HPs) com fibra adicionadas mensalmente. A rede ótica da operadora tem quase 400 mil km, com capilaridade próxima a 3 mil cidades.

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Vale notar, contudo, que em janeiro, fevereiro e março de 2020, 62%, 62% e 60% dos investimentos realizados pela empresa, respectivamente, tiveram a Oi Móvel como destino, como mostram os demonstrativos mensais publicados pelo administrador da recuperação judicial da companhia.

5G

"[O foco em fibra] é um modelo à prova de futuro, com estratégia que passa também pelo provimento de serviços para mercado corporativo, no de atacado e até mesmo para comunicação móvel, pois 5G não existe sem fibra nas antenas", pontuou Abreu, durante debate com o presidente da Anatel, Leonardo Euler, e o CEO da Huawei Brasil, Sun Baocheng. Neste sentido, o presidente da Oi destacou que parcerias com atuais concorrentes do segmento móvel devem ser perseguidas, seguindo uma lógica de compartilhamento dos ativos.

"O plano é usar nossa fibra para equipar não só nossas antenas 5G que porventura venham a existir, mas as de todas as operadoras. Não faz sentido duplicar a infraestrutura em fibra: seria o equivalente a ter várias estradas paralelas entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Essa infraestrutura compartilhada é um foco estratégico".

Questionado se uma possível venda da operação móvel da companhia traria alguma mudança no planejamento, Abreu afirmou que não. "A estratégia de fibra é central independente do que acontecer. Ela vai continuar no centro independente de qualquer caminho que a companhia tome". No momento, TIM e Vivo trabalham em uma proposta conjunta (em fase de diligência prévia) para aquisição da Oi Móvel; o ativo também desperta interesse da Claro.

Parcerias

Durante o evento da Aliança F4, Abreu também destacou que a Oi tem buscado forma de atrair mais investimentos para aplicação em fibra. "Esse é um objetivo de curto prazo e até contratamos um assessor estratégico para realizar o potencial pleno da fibra ótica". Vale notar que concorrentes como TIM e Vivo também estão considerando potenciais parceiros para expansão de fibra no País.

A Oi, contudo, teria uma vantagem estratégica na implementação da infraestrutura, na avaliação de Abreu. "Um pequeno segredo é que nas nossas instalações de fibra na maioria absoluta do País, nós usamos time próprio. Temos um quadro próprio de instaladores a partir de duas controladas, o que permite um grau de eficiência muito difícil de conseguir trabalhando com terceiros. São mais de 20 mil técnicos em campo".

A companhia também reporta uma aceleração no plano de franquias ao lado de provedores regionais (ISPs). "Mesmo com R$ 4 bilhões ou R$ 5 bilhões, você não consegue chegar em todo o País, então estamos acelerando o modelo de franquias e a colaboração com provedores. Já anunciamos uma parceria com a Mob Telecom e vamos fornecer meios e oportunidades de parceria para provedores que querem crescer mais rápido".

Evento

A Aliança Conecta Brasil F4 é uma entidade voltada ao desenvolvimento da banda larga no Brasil. Criada em fevereiro deste ano e presidida pela ex-deputado federal Daniel Vilela, a entidade se posiciona como um "think tank" que congrega operadores de telecomunicações, empresas de tecnologia e atores do setor público. O evento desta sexta-feira foi organizado por TELETIME.

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