Fragmentação do espectro de 1,8 GHz dificulta reutilização para 4G

A faixa de 1,8 GHz, hoje utilizada para serviços 2G com a tecnologia GSM no Brasil, está dividida de maneira demasiadamente fragmentada, o que dificulta a sua reutilização para 4G no padrão LTE. O problema foi alertado pelo presidente da TIM, Rodrigo Abreu, durante o 57º Painel Telebrasil, nesta quarta-feira, 22, em Brasília. "O maior desafio do refarming não é regulatório, mas operacional. O mapa da divisão da faixa de 1.800 MHz parece um quadro impressionista. No LTE, são necessárias faixas contínuas para o tráfego de dados. Hoje tenho blocos de frequência separados nessa faixa", explicou o executivo. Ele disse que o mesmo obstáculo é observado na faixa de 850 MHz, outra que poderia ser reutilizado para 4G.

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Uma reorganização das faixas de espectro de telefonia móvel em 2G vai requerer um diálogo entre as teles, sob a supervisão e interação da Anatel.

Telefônica/Vivo

Para o presidente da Telefônica, Antonio Carlos Valente, a possibilidade de executar o refarming de 1,8 GHz conflita com a ainda grande demanda em GSM na faixa. “A gente sabe que são frequências utilizadas fortemente na Europa para a tecnologia LTE, mas tem uma carga violenta de tráfego. Então, pegar o tráfego que tem agora e colocar uma portadora LTE não é uma questão menor. Dá para fazer, mas não é menor, declarou.

Valente afirma que, teoricamente, todas as faixas devem ser utilizadas da melhor forma possível justamente por conta de sua escassez, criando a figura clara da neutralidade tecnológica. Mas seria preciso negociação entre as teles para executar o refarming. "Foram colocadas regras nos editais, foram feitas propostas com base nas regras estabelecidas e não se pode violar os direitos, senão a coisa fica complicada”, comentou.

Pequenas

A faixa de 1,8 GHz poderia ser uma saída para operadoras que não adquiriram blocos no leilão de 2,6 GHz prestarem também serviços de 4G, como é o caso da Algar Telecom, da Sercomtel e da Nextel. "Se for possível, temos interesse, sim. Poderíamos limpar nosso espectro e lançar 4G em 1,8 GHz", disse o diretor-presidente da Algar Telecom, Divino Sebastião de Souza. Ele concorda, entretanto, que esse deve ser um trabalho conjunto entre todas as operadoras e a Anatel por conta da fragmentação da frequência. "Não adianta eu limpar meu espectro e lançar LTE só em uma cidade e sem roaming com outras operadoras. Vamos realizar estudos e consultar a Anatel para entender se isso será possível", afirma.

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