Viasat demonstra D2D no Brasil, mas modelo depende de parcerias

Leandro Gaunszer, diretor geral da Viasat no Brasil

A Viasat demonstrou nesta terça, 22, em Brasília, como será  a oferta do serviço de comunicação direta entre dispositivos móveis e satélite (D2D) que a operadora já oferece no Brasil, com expectativa de transformar o mercado local  em um dos principais do mundo com a tecnologia. Mas o modelo de negócios a ser praticado ainda depende de parcerias que a empresa pretende construir com operadoras móveis, integradores de serviços de IoT e outros parceiros comerciais. Certo, por enquanto, é que a operadora não pretende oferecer nenhum serviço diretamente ao consumidor.

A tecnologia que a Viasat demonstrou permite o acesso ao satélite Insmarsat I4F3 por celulares que já operem na banda L, módulos para Internet das Coisas ou por meio de dongles bluetooth conectados aos dispositivos móveis. Os serviços são hoje limitados a uma taxa de 2 kbps, o que permite o envio e recepção de mensagens de SMS mesmo fora da área de cobertura das redes móveis terrestres. A tecnologia, baseada no Release 17 do 5G, padronizado pelo 3GPPP, e deve ter evoluções nos próximos dois anos possibilitando comunicação por voz e dados com maiores taxas de transmissão. O foco hoje, portanto, é mensagens e comunicação de dados para IoT.

Por operar na banda L, a Viasat, em tese, não precisa das operadoras móveis, já que esta faixa do espectro (1,6 GHz) está autorizada para a empresa no Brasil. Mas a Viasat quer ter as operadoras como parceiras na oferta comercial. "As operadoras serão as nossas parceiras naturais, porque entendemos que é uma tecnologia que complementa a cobertura móvel no Brasil", diz Leandro Gaunszer, diretor-geral da Viasat no Brasil. Ele disse que as parcerias ainda estão em negociação, assim como acordos com integradores de IoT, e que é isso que vai definir o modelo de negócios no Brasil. Nos EUA, onde a oferta está disponível, a T-Mobile, por exemplo, tem um pacote vendido aos assinantes por US$ 15 para a cobertura via satélites. A Verizon faz a oferta sem custos.

Notícias relacionadas

A Viasat está de olho no fato de que apenas 18% do território brasileiro tem cobertura móvel terrestre, ainda que isso represnete mais de 95% da população. "O Brasil tem uma grande área não servida", diz o executivo.

Entre as oportunidades estão serviços de emergência e missão crítica, turismo de aventura, agronegócio, mercado de IoT, mobilidade e rastreamento (transportes) entre outras que dependam de conectividade em áreas remotas. Segundo Gaunszer, o ecossistema de IoT no Brasil ainda está aprendendo sobre o potencial das tecnologias de comunicação direta com o satélite. "Muita gente pensa que é coisa do futuro, que precisa de satélites específicos e frequências dedicadas, mas o que estamos provando é que é possível fazer isso agora, com tecnologia que está disponível hoje".

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!