Além das metas relacionadas à limpeza da faixa de 3,5 GHz e instalação de filtros para mitigação das interferências a EAF (Entidade Administradora da Faixa) terá ainda duas missões importantes a cumprir, mas elas devem começar a ser entregues apenas em 2023. Trata-se da implementação da rede privativa de comunicação para o governo e dos trechos previstos da rede subfluvial do Programa Amazônia Integrada e Sustentável (PAIS). Segundo Leandro Guerra, CEO da EAF, a prioridade nesse momento tem sido a liberação da faixa de 3,5 GHz para que o 5G possa ser ativados nas capitais, o que naturalmente coloca as redes para um segundo momento. "Não quer dizer que a gente não vá começar alguns estudos esse ano, mas as entregas devem ficar para a partir do ano que vem, lembrando que temos um prazo de quatro anos para isso", disse.
Em relação às redes subfluviais na Amazônia, Guerra diz que a referência a ser seguida pela EAF muito provavelmente acompanhará o trabalho da EAD (entidade que foi responsável pelas metas da faixa de 700 MHz e que recebeu como missão adicional, para a execução do orçamento remanescente, um dos trechos da rede do PAIS). Segundo Leandro Guerra, a EAF vai estudar os modelos desenvolvidos pela EAD e deve seguir os mesmos passos, por isso os cronogramas são combinados. "Será o nosso laboratório".
Já a rede privativa do governo, diz Guerra, depende de duas questões mais importantes: a especificação de segurança, que precisa ser definida pelo governo, e os modelos de integração com as redes atuais, hoje operadas pela Telebrás. Segundo Guerra, já existem conversas, mas é preciso haver essa interação maior com a estatal e as definições técnicas. "É um trabalho que passa pelo Gaispi e pelo próprio governo", diz ele, lembrando que a rede privativa tem duas partes: a rede móvel no Distrito Federal e a rede de fibra, nacional. "São projetos bastante diferentes e que dependem de especificações diferentes".