Google anuncia sua MVNO nos EUA, o Project Fi

Confirmando rumores, o Google anunciou nesta quarta-feira, 22, seu projeto de operadora móvel virtual (MVNO) nos Estados Unidos. Batizada de Project Fi, a iniciativa vai utilizar a infraestrutura LTE da Sprint e da T-Mobile, além de uma rede de hotspots Wi-Fi, para oferecer sempre a melhor conexão de dados possível ao usuário. Para tanto, a empresa utiliza um modelo de negócios baseado em cobrança de assinatura básica mais dados do tipo "pague pelo que usar", além da necessidade técnica de um SIMcard especial e do smartphone Nexus 6.

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Ainda não há data para a MVNO entrar em operação, mas a companhia está mantendo a tradição de iniciar um projeto na base de convites, que podem ser pedidos no site do projeto. Há a promessa de retorno em 30 dias ou mais, mas não há detalhes de quando exatamente haverá o lançamento comercial e início das operações.

O Google afirma que o Project Fi tem semelhanças com o programa de hardware Nexus 6 justamente por ser uma iniciativa na qual trabalha próximo a fabricantes, desta vez incluindo nessa parceria também as operadoras. Com isso, a ideia é que o usuário se conecte sempre com o meio que oferecer a melhor velocidade e estabilidade, seja uma rede LTE de uma das duas teles, seja os mais de um milhão de hotspots Wi-Fi (cuja conexão é feita com criptografia) que o Google julgou como rápidos e seguros. Tudo é feito de maneira transparente (seamless) e automática.

Da mesma forma, o número móvel passa a funcionar na nuvem. Assim, é possível atender no Nexus 6, mas também em um tablet ou laptop por meio do aplicativo Hangouts. Ou seja: além do smartphone necessário para contratar o plano, o usuário pode usar como forma alternativa qualquer aparelho Android, iOS, Windows, Mac ou Chromebook que tenham o app para chamadas ou mensagens de texto.

Planos

A base do plano do Project Fi custa US$ 20 por mês e garante voz, SMS, roteador Wi-Fi (tethering) e cobertura internacional em mais de 120 países, incluindo o Brasil. A parte de dados funciona de forma diferente: US$ 10 por GB. A diferença é que se o usuário consumir menos do que o contratado, o valor volta em forma de crédito – ou seja, se ele contrata 2 GB (por US$ 20 a mais que a assinatura básica) e só usa 1,5 GB em determinado mês, o valor proporcional aos 500 MB (US$ 5) restantes é descontado na conta. Assim, só se paga pelo que usa.

Interessante notar como esse modelo chega em um momento no qual, no Brasil, as operadoras praticam uma tendência contrária: a de cortar a Internet móvel após passar o limite da franquia (a empresa oferece então um pacote adicional de dados caso o cliente queira continuar navegando). Esse modelo acontece apenas compensando um lado, já que não existe um retorno para o usuário no caso de a cota de dados não ter sido ultrapassada.

Hardware

Por enquanto, o Project Fi só funciona com o Nexus 6, desenvolvido em parceria com a Motorola e lançado no ano passado. Isso porque, segundo o Google, o aparelho é o primeiro a suportar um novo tipo de SIMcard específico com suporte a múltiplas redes de celular. A companhia cita parceiros para o desenvolvimento desse chip, mas não detalha quais foram.

Além disso, o aparelho conta com um chipset da Qualcomm com modem e antena capaz de funcionar com as diferentes frequências LTE e 3G nos EUA e no mundo e com a transição para o Wi-Fi. Os smartphones já vendidos funcionam sem problemas na nova operadora (basta adquirir o chip), mas é possível comprar o aparelho também por US$ 649 na versão de 32 GB e US$ 699 com 64 GB.

Quanto a outros aparelhos, é uma possibilidade que talvez só seja válida para a próxima geração de Nexus. "Durante o programa de acesso prévio do Project Fi, planejamos só ter suporte ao Nexus 6", diz o site da empresa. Além disso, o usuário interessado precisa pedir um convite, morar dentro da área de cobertura nos Estados Unidos (que é bastante ampla, já que contempla a infraestrutura de duas grandes operadoras móveis) e ter uma conta de Gmail.

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