É preciso regular o espaço para garantir acesso e competição, aponta ex-diretor da NASA

Star Wars Foto: Pixabay

Um dos temas que estão dominando os debates da Satellite 2022, principal evento do setor de satélite dos EUA que acontece esta semana em Washington, é a questão da sustentabilidade. A preocupação das empresas de satélite é não apenas com os impactos diretos das operações de satélite sobre o meio-ambiente mas, principalmente, com o problema de assegurar um regime de exploração competitivo e seguro para todos os países e empresas. A preocupação com lixo espacial e coordenação de espectro e órbita entre diferentes países, sobretudo em um contexto de múltiplas constelações com milhares de satélites em órbita baixa e média, tem provocado alguns atores por um ambiente regulatório mais restritivo. 

Na abertura do evento, Jim Bridenstine, ex-administrador chefe da NASA, conclamou o mercado de satélites a olhar com atenção para os riscos da exploração desenfreada. Segundo ele, com um ambiente de mais de 50 mil satélites em órbita baixa sendo lançados, existe o risco estatístico concreto de que pelo menos 225 fiquem em órbita sem nenhum controle, o que elevaria o risco de colisão para 1/44, o que é considerado altíssimo. "E estamos falando apenas dos objetos rastreáveis e da expectativa de constelações dos EUA, sem falar nos planos da China, Rússia e outros atores. Uma colisão no espaço pode gerar uma reação em cadeia, com efeitos imprevisíveis".

Para ele, é essencial que empresas e países atuem para a preservação do espaço, e seja devidamente financiado inclusive pelos diferentes países, sob o risco de que o espaço, sobretudo nas órbitas baixas e médias, se torne uma terra sem lei. "Acho que as agências reguladoras hoje já têm muito poder de ação e devem fazê-lo". 

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Para o ex-administrador da NASA, todos os países, amigos ou não (dos EUA), vão demandar acesso ao espaço e não existe um regulador internacional. "Existe um limite e por isso o problema precisa ser endereçado por países, como foi feito com os slots GEO via ITU, e precisamos de algo semelhante para LEO e MEO. Para assegurar segurança e competição. Pior do que o monopólio do governo é o monopólio privado com anuência do governo. Nós dependemos do espaço mais do que imaginamos, e se perdermos o espaço estaremos em apuros. E nossos inimigos sabem disso", disse o executivo norte-americano.

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