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Qualcomm: custo do 5G é diferente das outras gerações

Luiz Tonisi, presidente da Qualcomm Latin America

Com a decisão da Anatel de exigir o Release 16 para as redes 5G, a fornecedora Qualcomm vê como próximo desafio do mercado o desenvolvimento de produtos que sejam compatíveis com o padrão standalone da rede. Isso inclui não apenas a gama de smartphones para os quais fabrica chipsets, mas também equipamentos que receberão o sinal dentro da casa dos usuários, os CPEs (customer premises equipment). Além disso, a empresa acredita que o investimento no espectro feito pelas operadoras terá uma equação diferente porque a vida útil da quinta geração será maior, segundo argumentou nesta segunda-feira, 6, o novo presidente da companhia para a América Latina, Luiz Tonisi, em sua primeira participação pública a frente da Qualcomm depois que deixou a Nokia, no início do ano.

Durante o Fórum de Operadoras Inovativas, evento organizado por TELETIME e Mobile Time, Tonisi argumentou que o custo de bits por Hertz vai diminuir significativamente com a maior oferta de espectro, tanto na faixa de 3,5 GHz (com pelo menos 80 MHz por bloco no leilão) como na de 26 GHz (com 400 MHz de capacidade). “O TCO [custo total de propriedade] do 5G é diferente“, afirma, contabilizando também a durabilidade da tecnologia. Segundo o executivo, o 4G deverá durar ainda mais de 10 a 15 anos, e o 5G entre 20 e 30 anos, mesmo com a inevitável chegada do 6G.

Na visão de Luiz Tonisi, a faixa de 26 MHz é a verdadeira “joia da coroa” no leilão de 5G da Anatel, especialmente considerando esse horizonte de longo prazo. Ele cita técnicas novas que permitem ampliar a cobertura, de apenas alguns metros para até 3 km em uma geografia plana, sem muitas barreiras para o sinal. E lembra que a faixa não está atrelada a obrigações no edital.

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Banda larga

O modelo de negócios será definido pelo investimento das operadoras. Tonisi argumenta que os Estados Unidos teriam começado com o acesso fixo-móvel (FWA) apenas por não contarem com espectro sub-6 GHz. “Por isso o leilão da banda C no país atingiu valores de US$ 81 bilhões.” 

Apesar de a própria Qualcomm estar desenvolvendo chipsets para equipamentos FWA, ele ressalta que a tecnologia não se pretende ser substituta da fibra até a residência (FTTH), mas sim complementar. “Não tenho medo nenhum de falar, a fibra em alta densidade é a melhor solução hoje se comparado com sub-6 GHz”, compara.

Tonisi estima que o custo de aquisição de clientes em uma rede de fibra varia entre R$ 900 e R$ 1 mil, enquanto em uma rede de 3,5 GHz, com taxa de ocupação de 30 a 40% da base coberta, seria um valor maior. “Estamos trabalhando para que esse custo fique em R$ 1.600 e R$ 1.700. É mais caro que a fibra? Sim e não, pois a limitação da fibra é em homem/hora”, afirma, referindo-se à mão de obra dos técnicos na casa para ligar e configurar o acesso FTTH. “No momento em que se digitaliza o processo e não precisa de pessoa na casa para dar alta ao cliente, com atendimento e correção virtual, vai embora o Opex.”

Aparelhos

Para lidar com o 5G, a estratégia da Qualcomm será a de diversificar a atuação para além dos chipsets para smartphones, que equipam aparelhos da Motorola, Xiaomi e Samsung, entre outros. Por isso, a empresa está desenvolvendo tecnologias para conectividade, tanto para equipamentos para o consumidor quanto para Internet das Coisas. 

Segundo Tonisi, a fornecedora está desenvolvendo CPEs com parceiros para levar conectividade no 5G standalone para FWA. “Estamos desenvolvendo os aparatos. O Brasil colocou [exigência do] Release 16 e standalone, o ‘latest and greatest’, mas se não tivermos devices, a gente estará resolvendo apenas parte da equação”, declara. Esses equipamentos vão também atuar como roteadores, recebendo o sinal 5G e transmitindo a conexão dentro da residência via WiFi 5 ou WiFi 6E. 

Outra estratégia da companhia para o País é a de redes privadas, com foco no agronegócio e indústria 4.0, além dos mercados de energia e transporte. “Estamos desenvolvendo um sistema, a Qualcomm quer construir redes – não necessariamente sozinha. Parceiros como a Highline e outros vão fazer parte do ecossistema para infraestrutura sólida para operadoras e outras verticais.” A fornecedora também trabalha para desenvolver módulos para IoT. 

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