Vivo dobra lucro no trimestre e encerra ano com aumento das receitas core

A Vivo manteve o plano de evoluir nos negócios que chama de core – ou seja, total da empresa excluindo as tecnologias legadas de voz fixa, xDSL e DTH – e fechou o ano de 2021 com quase 90% da receita advinda da fibra e do celular. Segundo o balanço financeiro da operadora divulgado nesta terça-feira, 22, isso também impactou no aumento do lucro, mais do que dobrando nos três últimos meses do ano passado, e proporcionando uma "forte remuneração ao acionista" em 2021, com proposta de R$ 6,3 bilhões. 

A receita operacional líquida da Vivo encerrou o ano passado com um total de R$ 44,033 bilhões, um aumento de 2,1% no comparativo com 2020. No quarto trimestre, a empresa aumentou a receita em 2,8%, totalizando R$ 11,501 bilhões. Por outro lado, o as operações de serviços baseados na rede de cobre e a TV paga pela tecnologia DTH impediram um crescimento maior.

No recorte de "receitas core", o crescimento foi mais substancial: 6,2% no ano, total de R$ 39,319 bilhões. Já no trimestre, o avanço foi de 6%, chegando a R$ 10,415 bilhões. A receita dos serviços agora considerados essenciais da empresa representou 89,3% do total no ano, um aumento de 3,4 pontos percentuais. No trimestre, com avanço de 2,7 p.p., essa parcela já é de 90,6%.

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Ainda dentro das receitas chamadas de core, o segmento móvel foi a maior parcela, com R$ 29,376 bilhões em 2021, um aumento de 3,4%; enquanto os três últimos meses do ano registraram R$ 7,847 bilhões, incremento de 3,7%. Nos serviços fixos baseados em fibra, a receita cresceu mais: 15,5% no acumulado dos 12 meses, total de R$ 9,942 bilhões. No trimestre, houve aumento de 13,7%, total de R$ 2,568 bilhões.

Destaca-se no segmento móvel a receita do pós-pago, que aumentou 3,1% (total de R$ 21,683 bilhões) e se mantém como o principal fluxo da empresa. O pré-pago ainda aumentou 2,5% no acumulado, encerrando dezembro com R$ 5,049 bilhões. A Vivo diz que no último trimestre foi intensificada a migração de planos pré-pago para controle e de controle para pós-pago "puro". A operadora não segregou os dados para essa modalidade, mas afirma ter conseguido aumento de 81% na receita no quarto trimestre.

Já nas receitas, a fibra até a residência (FTTH) foi destaque, com crescimentos de 43,3% no ano (total de R$ 4,385 bilhões) e de 31,2% no trimestre (R$ 1,176 bilhão). A TV paga pela fibra (IPTV) também mostrou aumento: de 22,6% (R$ 1,378 bilhão) e de 13,3% (R$ 355 milhões) no ano e no trimestre, respectivamente. Por outro lado, a receita não core fixa puxou o total para baixo, com queda de 22,7% no ano (R$ 4,717 bilhões) e de 20,4% no trimestre (R$ 1,086 bilhão). 

Lucro

A Vivo mais do que dobrou (103,2%) o lucro líquido no último trimestre, totalizando R$ 2,628 bilhões. No acumulado do ano, o crescimento foi menor, mas ainda de dois dígitos: 30,6%, total de R$ 6,229 bilhões. 

Por sua vez, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) reportado foi de R$ 19,007 bilhões em 2021, avanço de 6,7%. Entre outubro e dezembro, o EBITDA cresceu 1,2%, totalizando R$ 4,933 bilhões. A margem EBITDA foi de 43,2% no ano (1,9 p.p. acima do ano anterior) e 42,9% no trimestre (queda de 0,7 p.p.).

Caixa e Capex

O fluxo de caixa livre caiu 18,6% nos 12 meses, ficando em R$ 7,438 bilhões. No trimestre, aumentou 4,1% e encerrou o período com R$ 737 milhões. Esses valores não incluem recebimento de R$ 479 milhões relativos à venda de torres e rooftops no primeiro trimestre de 2020 e nem o recebimento de R$ 253 milhões líquidos da venda da participação na Fibrasil e CloudCo no terceiro trimestre do ano passado.

Com R$ 8,685 bilhões investidos no ano passado, a Vivo ampliou 11,5% neste quesito, excetuando licenças (como as do leilão do 5G, que somaram R$ 4,459 bilhões despendidos pela operadora) e a norma contábil IFRS- 16. No trimestre, a empresa investiu menos (recuo de 3,7%), totalizando R$ 2,339 bilhões.

Operacional

A Vivo encerrou 2021 com 98,760 milhões de acessos, um aumento de 3,9%. Desses, 90,373 milhões (91,5% do total) são de acessos core, que cresceram 6,9%. Os acessos não core caíram 20,5% e chegaram a dezembro com 8,387 milhões de contratos.

Na infraestrutura FTTH, a Vivo chegou a 4,6 milhões de acessos, com 19,6 milhões de casas passadas ao final de 2021, uma taxa de penetração de 23,5%. A estimativa da empresa é de chegar em 2024 a 29 milhões de HPs, com penetração em torno de 30%, ou seja, cerca de 8,7 milhões de acessos.  Já na empresa de rede neutra Fibrasil, foram 2 milhões de casas passadas em 2021, com esperança de chegar a mais de 6 milhões em 2024. A companhia levantou R$ 550 milhões por meio de debênture para acelerar a implantação da fibra.

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