Suspensa AGE para troca de controle da Telemig Celular

Não aconteceu a Assembléia Geral Extraordinária (AGE) que seria realizada nesta quarta, 22, em Brasília, para afastar o Opportunity do controle das empresas Telemig Celular Participações S/A e Amazônia Celular Participações S/A, holdings que controlam as respectivas operadoras móveis. O adiamento da AGE foi por um detalhe jurídico: o Opportunity alegou que deveria ter havido uma reunião da Telpart (empresa imediatamente acima na cadeia de controle) para aprovar os nomes dos conselheiros, o que não ocorreu. Os advogados dos fundos de pensão e do Citibank entenderam que de fato havia risco jurídico e aceitaram suspender a AGE. O atraso deve ser de cerca de 15 dias, até que a Telpart decida os nomes dos administradores da Telemig Part. e Amazônia Part. Só então a AGE das holdings será retomada.
Algumas comentários que circularam no mercado apontavam para um possível acordo entre Opportunity, fundos e Citi, já que um equívoco desta natureza não é comum no nível das disputas societárias em questão. Advogados ligados ao Citi e aos fundos, contudo, negam, e dizem que foi uma questão de interpretação.

Cenário complicado

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Mas a análise do cenário da briga societária nas duas empresas celulares é mais complexa. Há complicadores em relação ao caso da Brasil Telecom, onde a expulsão do grupo de Daniel Dantas do controle se deu com muito mais ênfase. No caso da Telemig e da Amazônia, o Opportunity tem uma posição muito maior, ainda que minoritária em relação a fundos e Citibank. A venda do controle ficaria mais complicada apenas por este fato, já que o comprador terá que conviver com o beligerante Opportunity. Além disso, os fundos e o Citi não desejam ter que colocar uma administração de transição na Telemig Celular e Amazônia Celular se, ao que se sabe, as chances de venda para Vivo ou Claro são grandes. Desejariam, se possível, vender a empresa antes da mudança do controle.
No entanto, nada indica que Citi e fundos fecharão com um comprador rapidamente, e a troca de controle com uma administração transitória se torna inevitável. Também não há indícios concretos de que o Opportunity esteja negociando efetivamente com o Citibank e com os fundos de pensão, mas a hipótese não pode ser descartada: vale lembrar que em outra empresa onde os três sócios estavam em guerra, o Porto de Santos, houve acordo. Lá, contudo, a justificativa extra-oficial dos vendedores (Citi e fundos) foi o fato de suas participações eram minoritária e a posição de saída, portanto, muito mais complicada. Ressalte-se, contudo, que a também no Porto de Santos há questionamentos jurídicos sobre a legalidade das manobras societárias que levaram o Opportunity a uma posição de controle.

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