PT SGPS aprova venda da PT Portugal para a Altice

Os acionistas da Portugal Telecom (PT SGPS) aprovaram no final da tarde desta quinta-feira, 22, a venda da PT Portugal para a francesa Altice por 7,4 bilhões de euros. De acordo com informações do Diário Económico, a transação foi aprovada com 97,81% dos votos favoráveis. A seção durou mais de quatro horas e contou com alguma oposição dos minoritários, que foram sobrepujados pela esmagadora maioria. O sindicato dos trabalhadores da PT chegou a enviar à mesa da assembleia um pedido de suspensão da reunião, mas que não foi aceito por não haver maioria para aprovação – a assembleia reuniu 44% dos acionistas da companhia portuguesa, menos do que os 50% registrados na assembleia da semana passada.

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Participou da seção o (agora efetivado) presidente da Oi, Bayard Gontijo, que buscou tirar dúvidas e reforçar a posição da operadora brasileira de que a negociação era a melhor saída para a própria PT SGPS, já que seu maior capital é o investimento na Oi. Como era esperado, a Telemar Part. não recebeu direito a voto.

Em comunicado, a Oi considerou "acertada" a decisão dos acionistas, por ser "a que gera mais valor para todos os acionistas". "Com a venda, a PT Portugal fica mais forte para atuar em Portugal e a Oi fica mais forte para operar no Brasil, com redução das respectivas alavancagens. O processo de venda é fundamental, pois coloca as duas empresas em melhores condições financeiras e operacionais e, no caso da Oi, representa também a perspectiva concreta de a companhia ter participação importante no processo de consolidação do mercado de telecomunicações brasileiro".

Vale ressaltar que, entre os discursos na assembleia, o representante do BTG Pactual, Marcos Gonçalves, explicou o processo de negociação com a Altice. Segundo ele, a Oi foi procurada por quatro interessados na PT Portugal, incluindo os Correios de Portugal (CTT). Prevaleceu a proposta dos franceses, por 7,4 bilhões de euros, que permite à brasileira seguir em frente com o plano de investir em um eventual processo de consolidação no mercado nacional ou, na hipótese de isso não acontecer, abater parte da dívida – em setembro, a dívida líquida era de R$ 47,8 bilhões.

A Oi destaca ainda que o processo de venda agora será submetido à aprovação dos órgãos reguladores portugueses, seguindo depois para o fechamento e liquidação financeira da operação, "que devem estar finalizados até o final do primeiro semestre". Além disso, a brasileira reiterou que manterá o foco em quatro prioridades: continuar o processo de transformação operacional e forte redução/controle de custos; correção de seu balanço patrimonial através de novos movimentos de venda de ativos; migração para o Novo Mercado; e participação no processo de consolidação do setor de telecom no Brasil.

Ações

Antes mesmo de ser anunciada a aprovação, a expectativa gerou crescimento nas negociações das ações no Brasil e em Portugal. A Oi fechou o pregão da Bovespa com alta de 21,75% nas ações ordinárias (OIBR3) e 20,18% nas preferenciais (OIBR4). Já os papéis da PT encerraram a sessão da Euronext em Lisboa com crescimento de 23,94%, a maior alta histórica dos títulos.

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