Baixos salários de operadores geram debate

Os salários de operadores de call center foram o centro de uma discussão na abertura do seminário Forte 2007, realizado pela Federação Brasileira de Telecomunicações (Febratel), no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira, 21. O deputado estadual do Rio de Janeiro Gilberto Palmares (PT-RJ) criticou as empresas por pagarem o que considera ser um baixo salário a operadores de call center. ?Não acho que seja razoável empresas importantes assinarem a carteira de um funcionário com menos de R$ 380 em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo?, disse Palmares. Legalmente, a remuneração abaixo do salário mínimo é justificada pelo fato de os operadores de call center muitas vezes trabalharem menos de oito horas por dia. O deputado contesta essa justificativa: ele entende que o salário mínimo deve vigorar para o teto de horas diárias de cada profissão, mesmo que seja menor que oito horas. Palmares criticou também a alta rotatividade nos call centers. ?Não tive acesso a números, mas aposto que a grande maioria dos empregados não ficam nem cinco anos trabalhando em um call center?, afirmou.
A crítica do deputado foi contestada durante o evento. Uma representante do contact center ACS, do grupo Algar, que estava na platéia, afirmou que tem funcionários que trabalham na empresa há mais de nove anos. O presidente da Federação Brasileira de Telecomunicações, Luiz Alberto Garcia, lembrou que os salários praticados em call centers estão dentro da lei. E acrescentou: ?Se as empresas não ganharem dinheiro, não podem comprar novos equipamentos e nem investir na qualificação dos funcionários?.
O economista Marcelo Neri, chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV/RJ, aproveitou o mote para afirmar, em sua palestra, que o salário mínimo de R$ 380 seria muito alto em alguns lugares do País: ?Acho que erramos na mão. Demos 25% de aumento do salário mínimo em dois anos. R$ 380 é muito em lugares como o Maranhão. Um salário mínimo alto pode gerar mais desemprego. Pode fazer mais mal do que bem?. Por outro lado, Neri aprova a iniciativa do Bolsa Família, que considera muito mais apropriada que o salário mínimo para diminuir a pobreza no País.

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