O setor de radiodifusão volta a se unir, pelo menos em parte, nesta quarta, 22. A Abert (associação que representa a maior parte dos radiodifusores, incluindo a Globo) receberá como membros o SBT e a Record, que serão representadas por Guilherme Stoliar (superintendente geral do SBT) e Alexandre Raposo (presidente da Record). As duas associações estavam fora da Abert há muitos anos, em função de diferentes movimentos de divisão, que originaram as associações "concorrentes" Abratel e Abra (esta última ainda representando os interesses da Bandeirantes e da Rede TV).
A volta das duas emissoras é estratégica para os radiodifusores: primeiro, porque existem cerca de 300 projetos de lei que deverão tramitar em 2007 sobre os quais as rádios e TVs têm interesse direto. Entre eles, projetos que criam fundos para a programação comunitária, projetos que tratam da Voz do Brasil, projetos que tratam da TV digital, regras para publicidade, conteúdos de programação entre outros. Há ainda questões estratégicas mais complicadas, como os projetos que procuram colocar para outros setores que fazem comunicação social as mesmas regras da televisão (como o projeto 4.209/04). A avaliação dos radiodifusores é que em um momento em que há tantos projetos em andamento, com a iminência da introdução da TV e do rádio digital e, sobretudo, com a necessidade de enfrentar a oposição de empresas de telecomunicações no Congresso, é melhor manter a união das empresas do que a divisão setorial. A Lei de Comunicação começa a ser encarada pelos radiodifusores uma realidade a ser enfrentada pelo setor já em 2007.
A Record, tradicionalmente apoiada pela bancada evangélica, perdeu na última eleição muitos dos parlamentares com os quais podia contar. Já o setor de radiodifusão como um todo manteve a bancada mais ou menos intacta, mas a maior parte dos parlamentares na oposição ou em partidos com menos acesso ao governo. Estrategicamente, esse é o momento de unir forças, diz uma fonte qualificada.
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